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Que Tal? Obrigado, Chico, por Eugênio Afonso

Data:
Da redação

Um mestre? Chico Buarque, o de Holanda mesmo

Que Tal? Obrigado, Chico, por Eugênio Afonso
Arquivo pessoal

Um mestre? Chico Buarque, o de Holanda mesmo. Não há no meu histórico escolar maior professor. Ele me ensina desde a adolescência e tem sido meu mentor maior. Mesmo que ele não concorde ou queira. Está muito além disso e agora é tarde. E tem mais, a culpa é toda dele que segredou no meu ouvido: 'a Rita levou meu sorriso, no sorriso dela meu assunto'.

Está faltando o Nobel de literatura para nosso maior letrista, mas poetizar em língua portuguesa não é fácil, e também não é para muitos. Saramago chegou lá, e Bob Dylan também (compositor como Chico), mas claro, poetizando em inglês ...então a esperança pode ser fortificada.

Agora, me diga: como é que alguém que cresceu ouvindo 'então, ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar, com seu vestido decotado, cheirando a guardado de tanto esperar' pode se contentar com 'tem gente que senta pra beber e nós bebe pra sentar'?

Ah! Mas tem espaço pra tudo nessa vida, diriam alguns. Desde que tudo floresça, que não descambe em violência, que não vulgarize, que some, que embeleze, que não discrimine...tem mesmo.

Aí depois o número de feminicídio explode, os desarranjos mentais descambam, a violência grassa, a tristeza impera, a falsa felicidade dá as caras, a angústia destampa, a agressão dissemina, e ninguém consegue explicar o porquê.

Nada é gratuito. Cada ritmo, cada música simboliza a trilha sonora de um tempo da existência humana. É só fazer um cruzamento entre o que se escutava nas vitrolas e o que acontecia nas esquinas da vida de um determinado período da história.

O resultado dessa equação pode ser esclarecedor.

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