Policiais militares influenciadores usaram o Instagram para atacar a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), que reclamou de uma abordagem realizada no bairro do Vale das Pedrinhas, em Salvador. A situação foi denunciada pela parlamentar no final da manhã de quarta-feira (1). Horas depois, os agentes - da ativa e reserva - criaram um coro a favor da guarnição responsável pela ação, da 40ª Companhia Independente (CIPM/Nordeste de Amaralina).
Ex-comandante de Operações Policiais Militares, o coronel Humberto Sturaro disse que a "energia" usada pelos policiais na abordagem foi justificada por conta do alto risco que, segundo ele, a região do Nordeste de Amaralina oferece.
"Me coloco solidário à senhora. Nenhuma pessoa gosta de ser abordada como foi. A área que a senhora foi abordada é de risco. O motorista da senhora não ouviu o pedido de parada. Nada justifica as palavras de baixo calão, ou a forma de ser dirigida, mas a energia é justificada sim. Se a guarnição não usar a energia, a vida está em risco. As armas fazem risco do policial militar [...] O que me deixa triste é a senhora dizer que a guerra é fomentada por atitudes como essa do militarismo. A senhora sabe que a guerra está instalada, por um governo que ajudei muito [...]", sustentou.
Veja no Instagram/
O soldado Lázaro Alexandre Pereira, com mais de 150 mil seguidores somente no Instagram, desabafou, afirmando que Olívia estaria fazendo "política suja". "Agora, está querendo lacrar nas redes sociais, fazendo política suja. Ela estava passando, com seu carro lacrado, dentro de um lugar de alta periculosidade, sabido por todos [...] Ela passa pelo Vale das Pedrinhas. Ela mesma fala que o polícia ligou a sirene e ela se achou no direito de não obedecer. E foi abordada como tem que ser, com o máximo de atenção que os policiais tem que estar [...]", esbravejou o soldado.
Veja no Instagram/
Também soldado da corporação, Diego Correa foi além: "A palavra da senhora, pra mim, não vale de nada [...] Se eu entrar aí, tomo uma chuva de tiro do tráfico. Queria saber como a senhora conseguiu entrar e sair sem tomar uma chuva de tiro do tráfico. A gente sabe que a ordem do tráfico, é nenhum carro entrar fechado [...] O bairro onde a senhora entrou, tem uma 'favelinha', onde ficam 'bichos' armados. Como a senhora conseguiu entrar com o carro fechado aí?", disse.
CASO
O momento da abordagem foi gravado e enviado ao Portal do Casé. Nas imagens, Olívia aparece, junto com outras duas pessoas, sendo retirada de um veículo, com as mãos para cima. A deputada estadual usou as redes sociais para falar da situação.
“No começo não entendemos, ouvimos a sirene, mas seguimos. De repente, o policial estava com uma arma do lado de fora apontada para o meu carro, começou a gritar para que a gente descesse do carro", contou Olívia. Ela disse, ainda, que "a sensação é de que estamos vivos por um triz".
