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Salvador será a 1ª cidade do país a adquirir exoesqueletos para reabilitação de crianças com mobilidade reduzida

Data:
Da redação

Há apenas 300 exoesqueletos no mundo, em 20 países.

Salvador será a 1ª cidade do país a adquirir exoesqueletos para reabilitação de crianças com mobilidade reduzida
Divulgação

A Prefeitura de Salvador fechou um acordo de cooperação com o Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia Cerebral (NACPC) para aquisição de quatro exoesqueletos infantis. Os equipamentos são inéditos no Brasil e serão utilizados para reabilitação em terapia e assistência do público atendido na unidade, que possui mobilidade reduzida em função de deficiências física e intelectual.

O prefeito Bruno Reis, acompanhado da secretária municipal da Saúde (SMS) e vice-prefeita, Ana Paula Matos, visitou a sede da organização, em Alto Ondina, nesta sexta-feira (6), para assinar o protocolo de intenções formalizando a iniciativa. A ideia é desenvolver estudos para reabilitação especializada por meio dos exoesqueletos, com a participação de médicos, fisioterapeutas e nutricionistas, tornando a capital baiana um polo de referência pioneiro no uso da terapia robótica no âmbito do SUS.

“Seremos a primeira cidade do Brasil a ter exoesqueletos que auxiliarão na locomoção de crianças com deficiência, em especial aquelas com paralisia cerebral, utilizando o que há de mais moderno. Há apenas 300 exoesqueletos no mundo, em 20 países. E nós, aqui em Salvador, teremos quatro deles. O investimento é de R$ 2,5 milhões”, destacou Bruno Reis, acrescentando a relevância do NACPC para a cidade.

A instituição dá suporte a 515 crianças, jovens e adultos com deficiência física, intelectual e múltiplas, bem como as respectivas famílias dos assistidos. O local faz mensalmente mais de 10,5 mil atendimentos.

De acordo com a titular da SMS, Ana Paula Matos, a partir da aquisição dos equipamentos, Salvador vai construir pesquisa científica para que no país existam os protocolos de terapia da robótica com exoesqueletos, inclusive amparando a Anvisa na certificação desses dispositivos. “Com isso, milhares de crianças serão beneficiadas. Isso aqui é revolucionário. A Prefeitura vai inaugurar ainda este ano a Escola de Saúde Pública, que vai ter um grupo de iniciação de pesquisa científica que vai aportar os R$2,5 milhões para aquisição dos quatro exoesqueletos”, reforçou a gestora.

O exoesqueleto permite que pessoas com mobilidade reduzida recuperem ou melhorem sua capacidade de locomoção e realizem atividades diárias com maior independência, promovendo a inclusão social. O equipamento é utilizado em alguns países do mundo, beneficiando cidadãos com paralisia cerebral, mielomeningoceles/ espinhas bífidas, síndrome congênita do zika vírus, AVC infantil, síndrome de Rett, distrofias musculares, hemi e paraplegias.

Pioneirismo - A criadora dos aparatos tecnológicos que serão trazidos para Salvador é a empresa canadense Trexo Robotics. O NACPC será a primeira entidade sem fins lucrativos a apresentá-los em território brasileiro. Diretora na organização, Daniela Caribé celebrou a parceria com a Prefeitura de Salvador na data em que se celebra o Dia Mundial da Paralisia Infantil.

“O exoesqueleto é uma tecnologia inovadora que existe hoje em apenas 20 países, e a gente terá acesso aqui num centro em Salvador, que atende 515 crianças e jovens com deficiência física e intelectual. Acredito que esse é um momento revolucionário na história do processo da reabilitação no nosso município e dos centros de reabilitação da cidade”, afirmou.

Uma das assistidas pelo NACPC, a jovem Vitória, 18 anos, fez uma demonstração de andar pelas instalações do local por meio de um exoesqueleto. Os pais dela, a empresária Cláudia Zachello e o engenheiro Jesus Garcia, se emocionaram com a conquista da filha, que tem paralisia cerebral.

“É uma realização ver que ela conseguiu a autonomia de se locomover sem depender de ninguém. É um misto de alegria e superação. É como se eu tivesse alcançado o céu, é mais um sonho realizado. Não tem sensação melhor que ver o próprio filho caminhando”, contou Cláudia.

“A gente está nessa batalha há muitos anos, desde quando a Vitória tinha um ano de vida. Buscamos todas as tecnologias, tudo que existe no mundo para ela ter mais mobilidade. A possibilidade de ver que outras crianças terão essa mesma oportunidade nos deixa muito felizes”, completou Jesus.

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