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'Condenação horrível', diz pai do menino Joel após PM ser sentenciado a 13 anos de prisão; oficial acaba absolvido

Data:
Jean Mendes

O Ministério Público da Bahia deve recorrer da decisão e ainda cabem recursos

'Condenação horrível', diz pai do menino Joel após PM ser sentenciado a 13 anos de prisão; oficial acaba absolvido
Canal Crimes Baianos

"Condenação horrível". É com essa frase que o capoeirista Joel Castro resume o júri popular que encerrou uma árdua espera por justiça pela morte do seu filho, o menino Joel. Os jurados condenaram a 13 anos e 4 meses de prisão o ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza, acusado de assassinato. O julgamento, que durou dois dias e terminou na noite de terça-feira (7), ainda tinha no banco dos réus o tenente Alexinaldo Santana Souza, absolvido da acusação.  

"Temos que implorar, pedir, se humilhar, para o júri acontecer. Quando acontece, vem um 'baratino' daquele. Uma coisa ridícula que o advogado de Alexinaldo passou para o júri. O promotor teve que entrar, dizendo: 'isso é uma ameaça para o júri'. Ele diz: 'olha lá o que vocês vão julgar. Um homem desse, direito. Quem atirou que pague. Vocês vão sair daqui. E quem te promete quem vai te dar sua segurança para casa? Os promotores têm segurança", relembrou Joel.

O advogado do tenente Alexinaldo foi Vivaldo Amaral. Na estratégia defensiva, usou o argumento de que o oficial, que comandava a operação no bairro do Nordeste de Amaralina quando Joel foi baleado, não soube da situação. O caso ocorreu em 2010.

Joel tinha 10 anos quando morreu

"Tirou a vida de uma criança dentro de casa. Isso não é um júri correto, com a resposta certa. Sei que ele errou. Onde estava esse tenente? Ele disse que não viu. Onde ele estava? Todos eles [PMs] viram, sim, eu gritando, pedindo socorro. Todos saíram. Quando o povo se manifestou, eles já estavam lá embaixo, e eles em pânico. Eles tiraram a vida de Joel e o tenente disse que não viu. Tem cabimento isso? Ele estava no paraíso, na praia?", questionou Joel Castro.  

O Ministério Público da Bahia deve recorrer da decisão e ainda cabem recursos. Joel, que tinha 10 anos no ano do crime e chegou a aparecer em uma propaganda do Governo da Bahia antes de ser morto pela PM, se preparava para dormir, no quarto do pai, quando foi baleado. Testemunhas dizem que não houve troca de tiros naquela noite.

"É uma condenação horrível. É muito pouco. A versão dele [ex-soldado Eraldo], como ele veio, com outras ideias, outras colocações falando sobre o toldo, dizendo que escorregou e atirou para cima. No toldo, ou passa direto, ou vai para o pilar. Não tinha como acertar o rostinho de Joel. A perícia conta que ele se ajoelhou perto de um poste. Quem atirou, sabia o que estava fazendo. Quem atira, sabe que ali tem uma pessoa, dentro de casa", desabafou o pai de Joel. 

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