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Feminicida de Ipirá é condenado a 16 anos de prisão

Data:
João Brandão

Advogado de defesa considera pena baixa e vai recorrer

Feminicida de Ipirá é condenado a 16 anos de prisão

16 anos de prisão em regime fechado e prisão preventiva mantida. Esse é o resultado do julgamento do caso de maior repercussão dos últimos anos em Ipirá, cidade distante 210 km de Salvador. Luiz Carlos Ferreira da Silva foi considerado culpado por ter matado a ex-mulher Alessandra Souza Rios, de 40 anos, em janeiro do ano passado.

O advogado Matheus Biset, sócio do escritório Gamil Föppel Advogados Associados, que representou a família da vítima no julgamento, considerou a pena baixa e vai recorrer da decisão. “A insatisfação é grande, principalmente com relação à dosimetria da pena. Ela foi muito abaixo do esperado, até mesmo pelo próprio réu, que comemorou na frente de todos. Pelas circunstâncias do crime e qualificadoras a pena deveria ter sido muito maior. Em que pese ele ter sido condenado, a sensação que fica é de impunidade, infelizmente. As vítimas e toda sociedade de Ipirá se encontram indignadas”, declarou o advogado Matheus Biset.

O JULGAMENTO

Cerca de 20 jurados compareceram ao Fórum de Ipirá e sete foram sorteados para compor o conselho de sentença. O julgamento começou no início na manhã desta terça (08/08).

Todas as cinco testemunhas de acusação foram ouvidas e confirmaram a existência de todos os crimes imputados a Luiz Carlos Ferreira da Silva. As duas testemunhas de defesa, filhas do primeiro casamento do réu, também foram ouvidas e só falaram da conduta dele.

O júri foi interrompido por 45 minutos para o almoço e retornou com o depoimento do réu. Luiz Carlos Ferreira da Silva falou e confessou só o feminicídio contra a ex-esposa. Disse que matou por ciúmes, mas negou a tentativa de homicídio contra uma das filhas e dois genros.

Ele é acusado pelos crimes de homicídio com duas qualificadoras (emboscada e feminicídio), com uma causa de aumento de pena (homicídio na presença de descendente) e tentativa de homicídio qualificada (para assegurar a impunidade de outro crime), por três vezes.

Depois do depoimento de Luís Carlos teve início o debate oral. A acusação falou por uma hora e meia e em seguida falou a defesa.

O Tribunal do Júri foi presidido pelo Juiz Marcon Roubert da Silva, que proferiu a sentença pouco depois das oito horas da noite.

CRIME 

Alessandra Souza Rios, foi morta na madrugada do dia 17 de janeiro de 2022, com quatro tiros à queima-roupa, quando voltava de uma vaquejada com as filhas. O momento em que Luiz Carlos furou o pneu de carro de Alessandra Souza Rios e a matou foi flagrado por uma câmera de segurança. O crime aconteceu na frente das filhas do casal, na cidade de Ipirá, distante cerca de 210 km de Salvador.

As imagens mostram que as duas filhas de Luiz e Alessandra descem do carro logo após os tiros. Uma delas se aproxima do pai e a outra tenta socorrer a mãe. Na fuga, o acusado foi perseguido pela filha e por dois genros. Nesse momento, Luiz tentou matar os três.

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