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Operação Urtiga: veja quem são os policiais investigados por grupo de extermínio no Norte

Data:
Jean Mendes

Um dos fatos que está sendo apurado nesse processo é o homicídio que vitimou Rodrigo Oliveira de Jesus

Operação Urtiga: veja quem são os policiais investigados por grupo de extermínio no Norte
Divulgação/SSP

Cabos da Polícia Militar Wilton dos Santos Barbosa, Vagner Carneiro Firmo, Roger Gilliard Simões dos Santos, soldado Edson Araújo Bandeira, além do delegado Getúlio Paranhos e do investigador Sormane de Lima Souza - esses dois últimos da Polícia Civil -. Essa é a lista dos policiais investigados no âmbito da Operação Urtiga, que apura um grupo de extermínio supostamente atuante no Norte da Bahia - nas cidades de Santaluz, Cansanção e Conceição do Coité -.

A informação foi confirmada com exclusividade pelo Portal do Casé. Na quinta-feira (19), a segunda fase da Urtiga prendeu Sormane e cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dos demais policiais.

Um dos fatos que está sendo apurado nesse processo é o homicídio que vitimou Rodrigo Oliveira de Jesus, encontrado dentro de um carro carbonizado na zona rural do município de Cansanção, em março de 2022. De acordo com o Ministério Público, os seis acusados atuaram em conjunto para cometerem o assassinato, com requinte de crueldade. O delegado Getúlio, inclusive, era titular da Delegacia Territorial da cidade.

A tese, porém, é contestada pela defesa. "É um 'disse que me disseram'. Nenhum elemento comprova os policiais na cena desse crime. Não há provas robustas. Processualmente falando, uma medida de prisão é muito estranha para isso", comentou o advogado Leonardo da Silva Guimarães. Ele representa, nesse momento, quatro dos investigados, exceto o delegado Getúlio e o cabo PM Wilton.

O advogado classificou os investigados como bons policiais. "A força correcional [da Secretaria da Segurança Pública] não conseguiu trazer nada. É a maior conjectura que já vi na vida. Isso é um desestímulo à atividade policial atuante. O processo fala ainda de uma suposta testemunha que fala em outras. Os policiais têm fichas irretocáveis e, de uma hora para outra, tiveram as vidas reviradas", complementou Guimarães.

Por conta dessa investigação, os PMs estão suspensos do exercício da função pública, sem os salários cortados, pelo prazo de 180 dias. Eles também não podem manter contato e de se aproximar testemunhas ou vítimas dos crimes apurados. "A corregedoria está pegando o bom policial e colocando atrás das grades. Ela manda o recado para os outros policiais que, de repente, o bom serviço pode não compensar", finalizou o advogado.

URTIGA

A operação já teve duas fases. A última ocorreu nos municípios baianos municípios baianos de Santaluz, Valente e Conceição do Coité. A ação foi realizada pela Secretaria da Segurança Pública, através da Força Correcional Especial Integrada (Force/Coger); pelo Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); pela Corregedoria da Polícia Civil (Correpol) e pela Corregedoria da Polícia Militar (Correg). 

Foram apreendidas seis pistolas dos calibres 380 e .40, mais de 100 munições, carregadores balísticos e celulares. Parte dos seis acusados já foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos na primeira fase da Operação Urtiga, deflagrada no último dia 6 de junho, na região de Cansanção. O processo tramita na Vara Criminal da Comarca. Os mandados da segunda fase foram expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Santaluz.

Armas foram apreendidas na ação. Foto: divulgação 

O policial preso foi transferido para a Corregedoria da Polícia Civil, em Salvador, onde permanecerá preso pelo prazo inicial de 30 dias, ou até que haja decisão judicial em sentido contrário. Todo o material apreendido será submetido a conferência e análise pelos integrantes da Force e Gaeco e, posteriormente, encaminhado aos órgãos competentes.

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