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Feira Literária de Mucugê, Fligê 2024 é encerrada com balanço positivo

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Da redação

A literatura produzida na Chapada Diamantina e por seus territórios e imaginários foi o fio condutor das conversas e mesas literárias da Fligê 2024

Feira Literária de Mucugê, Fligê 2024 é encerrada com balanço positivo
Thiago Gama/divulgação

Mucugê foi palco, mais uma vez, de uma Feira Literária que movimenta cidade, na Chapada Diamantina. Com tema Memórias e Trilhas das Letras Diamantinas, a sétima edição da Feira Literária de Mucugê 2024 (Fligê) aconteceu entre os dias 24 e 28 de julho, também na Vila de Igatu, na Bahia. O evento homenageou o escritor baiano Itamar Vieira Junior.

A literatura produzida na Chapada Diamantina e por seus territórios e imaginários foi o fio condutor das conversas e mesas literárias da Fligê 2024. Além das mesas literárias, debates, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, espaços destinados ao público infantil (Fligezinha), adolescentes (Fligê +), espetáculos, shows musicais, exposições de artes visuais integraram a programação.

Os encontros promovidos pela curadoria de Ester Figueiredo foram o ponto alto da programação. Da interseção entre palavras e música, a conversa literária entre Itamar Vieira Júnior e o compositor e músico Rubel lotou a Praça dos Garimpeiros. O público pôde ouvir a canção que traduz em música a história das irmãs Bibiana e Belonísia, personagens do livro Torto Arado, que tornou o escritor baiano reconhecido mundialmente com o sucesso Torto Arado.

“Eu fui vendo a Fligê crescendo ao longo do tempo. Eu fico impressionado como uma cidade pequena como Mucugê consegue mobilizar tantas pessoas, de várias outras cidade. Isso  mobiliza a economia, desloca as pessoas para cá, para conhecer mais a Chamada”, elogia Itamar Vieira Junior.

Foto: Thiago Gama/divulgação 

A conversa literária entre Larissa Luz e sua mãe foi outro momento ímpar da Fligê 2024, que teve também o encontro musical de Mariene de Castro e Roberto Mende, com o show Maria da Canção. O evento teve ainda shows gratuitos da Banda Filhos de Jorge, Larissa Luz e de Luna Vitrolira, com "Aquenda – O amor às vezes é isso".

PROGRAMAÇÃO

As atividades culturais que acontecem na Fligê – todas gratuitas – vão muito além da literatura, abarcam também o campo musical, artes cênicas e visuais. A expografia “Muagem: Oralituras Diamantinas”, de Adriana Camargo, e a programação do FligêCine, com curadoria de Andréia Almeida, exibiu cenários e filmes com temáticas da região, como "Brilhos da chapada: Contos dos garimpos de Diamantes", com presença da diretora Iris Verena;  “Cascalho”, de Tuna Espinheira; e Chica, de Andréa Guanaes, com a presença do elenco.

A programação multilinguagens foi pensada para público de todas as idades. Na Fligêzinha, as crianças tiveram espaço para ampliar a imaginação e o acesso aos livros e à leitura, com apresentações de espetáculos e muita contação de histórias. O espaço da Fligê+ foi dedicado ao público jovem. Estudantes de escolas municipais e estaduais da região apresentaram resultados de trabalhos pedagógicos com o tema da Fligê realizados durante todo ano letivo.

“A Fligê é um evento literário que impacta neste fluxo de conhecimento da literatura no campo nacional, é tratada como uma política do livro e da literatura com formação do público leitor, integrando diferentes públicos, crianças, jovens, pessoas idosas”, destaca a curadora.

A Tenda Literária, que abrigou 12 editoras baianas, foi outra novidade que agradou o mercado literário ao reafirmar o compromisso da Fligê com a promoção da literatura, a valorização de autores nacionais e regionais e o incentivo à cadeia do livro.

“Este espaço foi maravilho. Além da programação própria, ficamos nesta edição em um local mais amplo, seguro e com o diferencial de acesso à internet, o que facilitou muito as vendas através de PIX e cartão de crédito”, avaliou Rita Virginia Argolo, vice-presidente da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU).

O impacto econômico imediato da Fligê é de R$ 5 milhões. A longo prazo, a estimativa é que o movimento dos escritores e de amantes da leitura na região pode injetar até R$ 20 milhões na economia local, contando os ganhos que a visibilidade do evento trazem para o município. “A Fligê hoje já tem uma projeção nacional que começa a despertar interesse de visitantes de outros países”, comemora Ester Figueiredo.

O turista italiano Raffaele Mascetra, 56 anos, que está viajando vários países com o objetivo de volta ao mundo, já esteve em viagens na Ásia, América do Sul e aportou na Chapada Diamantina. Ficou sabendo da Fligê por indicação de amigos. “Fico emocionado de ver tanta diversidade cultural aqui e toda história da ancestralidade local que é contada com muita força. Fiquei muito contente de ver a potência da literatura das mulheres na literatura. Estou muito feliz de estar aqui. Me senti em casa”, falou com gratidão pela acolhida. 

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