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Que Tal? No meu tempo, por Eugênio Afonso

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Da redação

O jornalista Gilberto Maringoni diz que não tolera a expressão "simples assim"...

Que Tal? No meu tempo, por Eugênio Afonso
Acervo pessoal

O jornalista Gilberto Maringoni diz que não tolera a expressão "simples assim". "Ela geralmente fecha um raciocínio que se quer redondo, total e definitivo", diz ele. Aí eu fiquei pensando que a que não suporto é "no meu tempo".

 Como assim no meu tempo? Esse tempo atual é de quem? Que se saiba é de todos os que ainda estão vivos...alguns bilhões de seres humanos, invertebrados e moluscos...

 Quando alguém diz "no meu tempo" está outorgando aos mais jovens o tempo presente. Está querendo dizer "no tempo em que eu ainda era alguém".

 Como assim? Me recuso a aceitar e admitir que esse tempo não seja meu, que seja somente dos jovens e que eles sejam o modelo de vida almejável...eu, hein!

 Não tenho 20 anos, já passei dos 50, não troco minha atual fase por nenhuma outra, e posso lhe garantir que esse tempo é meu também. "No meu tempo" pode ser substituído por "quando eu era adolescente", "quando eu morava em Vitória da Conquista", "quando eu saía pra dançar" etc. etc. etc. etc....aí, tudo bem, vale.

 O tempo será sempre de quem esteja disposto a desfrutá-lo. Seja engatinhando ou 'bengalando'. Está todo mundo no jogo. Que rolem os dados.

 E tem mais, esse tempo será meu até o dia em que for preciso decidir a mensagem que ocupará minha lápide. Aliás, acabo de decidir. Será: "Sempre no meu tempo".


 

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