Em depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid trouxe à tona informações que sugerem que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria se reunido com altos escalões das Forças Armadas brasileiras para discutir detalhes de um plano de golpe a fim de se manter no poder. O encontro teria ocorrido durante o mandato de Bolsonaro, após as eleições do ano passado. A revelação inicial foi feita por O Globo e UOL e, posteriormente, confirmada pela CNN.
De acordo com fontes ligadas à investigação, Cid forneceu detalhes sobre duas situações distintas. Em uma delas, alega que Bolsonaro teria recebido minuta de um suposto plano golpista. Em outro momento, o ex-ajudante de ordens descreveu a reunião que teria ocorrido entre o ex-presidente e a alta cúpula militar, onde teria sido consultada a possibilidade de intervenção militar.
Segundo o depoimento de Mauro Cid, a Marinha teria manifestado prontidão para agir, aguardando apenas ordem de Bolsonaro, enquanto o comando do Exército teria recusado a proposta.
Vale ressaltar que essas alegações fazem parte da delação premiada fechada por Mauro Cid com a Polícia Federal e, como tal, são tratadas com cautela e sigilo. Para que os eventos relatados sejam confirmados e para que as pessoas mencionadas pelo tenente-coronel possam ser eventualmente responsabilizadas, será necessário o fornecimento de provas que corroborem suas declarações.
O advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, declarou que não pode confirmar o conteúdo da delação devido ao sigilo que envolve o assunto. Até o momento, a defesa de Jair Bolsonaro não emitiu comentário em resposta às alegações.
