O Tribunal de Justiça da Bahia decretou, no início da tarde desta quarta-feira (20), a prisão preventiva de Ederlan Santos Mariano; Weslen Pablo Correia de Jesus - o "Bispo Zadoque; Gideão Duarte de Lima; e Victor Gabriel Oliveira Neves. Os homens acusados de matar a cantora Sara Mariano.
A decisão foi assinada pela juíza Marina Lemos de Oliveira Ferrari. Na prática, o grupo agora não tem mais prazo para ser solto. No mesmo documento, novos detalhes do feminicídio foram expostos, como a relação de possessividade que Ederlan tinha com a vítima e uma traição, cometida por Sara.
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Na decisão, a magistrada levou em consideração o depoimento dos acusados e de testemunhas. Todos foram enfáticos ao afirmar que foi Ederlan quem planejou a morte da própria esposa. O Ministério Público da Bahia também opinou pela manutenção da prisão dos quatro.
DETALHES DO CRIME
A reportagem do Portal do Casé teve acesso ao documento que confirma a prisão preventiva dos quatro. Ele traz detalhes que já tinham sido divulgados sobre a morte de Sara Mariano, mas que só agora foram confirmados pela Justiça. O texto cita que, no dia 24 de outubro, Ederlan foi à delegacia comunicar o desaparecimento da própria esposa. Um dia depois, porém, ele levou o celular da esposa para ser formatado.
"O proprietário da loja entregou o aludido aparelho ao seu funcionário, [nome], que ficou responsável pela formatação e exclusão do "Icloud". A testemunha [nome] chegou a visualizar que a foto do perfil do usuário do aparelho era de Sara, e achou estranho o porquê de Ederlan ter levado o celular da esposa para formatar, mas até aquele momento [nome] não sabia que SARA estava desaparecida", diz o inquérito.
O texto ainda traz outro detalhe: de que Ederlan ameaçou o homem que teve um relacionamento extraconjugal com a cantora. O nome dele será preservado.
"Ederlan sabia sobre a traição e inclusive teria realizado ligação para o depoente, lhe ameaçando de morte. A vítima já tinha comentado com o depoente, sobre o temor, em romper o casamento, pois seu marido já havia dito que lhe mataria, após o término. Fora colecionado, ainda, áudios de Sara em diálogo com sua genitora, os quais trazem vastos conteúdos de violência doméstica, sendo que a vítima deixa transparecer o seu temor pelas agressões psicológicas e ameaças de morte feitas por Ederlan", aponta a investigação policial.
Outra situação que também consta no inquérito é que Sara saiu de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, a bordo de um veículo, dirigido por Gideão. Segundo a polícia, ela não foi transferida para outro automóvel antes de ser assassinada.
"O relatório [do GPS] informou, ainda, que do local onde Gideão pegou a vítima Sara até o local da execução do crime, não houve qualquer parada, o que afasta a possibilidade de que a vítima poderia ter sido colocada em outro veículo, conforme afirmado por Gideão. Assim, verifica-se uma contradição no depoimento de Gideão, quando afirmou que teria feito uma parada e que a vítima entrou em outro carro".
Foi o Bispo Zadoque quem, em acareação, contou detalhes do homicídio. "Os valores recebidos foram rateados, sendo R$ 500 para Victor, R$ 400 para GIDEAO, R$ 200 de cortesia para Davi Oliveira e que este não participou de nenhuma das fases do crime, mas tomou conhecimento da proposta feita por Ederlan. E que o restante elo valor, R$ 900,00 ficou com o Acareado [Zadoque], acrescentando que Ederlan se comprometeu em recompensar com outros valores após localização do dinheiro escondido por Sara, algo em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil", consta.
"No que se refere a ocultação de cadáver, o planejamento e a execução foi feito pelo Acariciado, Gideão e Victor o que foi feito com gasolina comprada pelos Acariciados e foram transportado ao local do corpo por Gideão no veículo Ônix, cor prata, todo planejamento com anuência de Ederlan, o que se deu na quarta-feira, 25/10/2023, quando o Acareado levou uma mochila contendo as passadeira/tiaras vendidas pela cantora nos eventos", completa.
