O perito criminal responsável pelo levantamento cadavérico da cantora Sara Mariano, Tiago Silva, revelou detalhes do que encontrou na cena do crime, um matagal na BA-099, entre as cidades de Camaçari e Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. O servidor público foi entrevistado no podcast Prosa de Cadeia, na noite de sexta-feira (15).
"A primeira coisa que fiz não foi olhar o corpo. Eu olhei o entorno e achei um galão, desses de posto. Quando senti o cheiro, senti o solvente. Ou era gasolina ou diesel. Acho que era gasolina [...] Achei, fotografei e medi a distância para o corpo. A gente chama isso de relacionado. Isolei a boca com um saco e esse galão foi para Salvador", disse o perito criminal.
O corpo de Sara Mariano foi achado parcialmente queimado no dia 27 de outubro. Quatro homens estão presos pelo crime, incluindo o próprio marido dela, Ederlan Mariano.
"Quando cheguei [no local], pensei: 'é o caso da pastora'. Tudo aponta que a morte não foi naquele dia. Ela já estava ali. Naquele local, queriam apagar algumas pistas, dificultar a identificação. O corpo não estava irreconhecível. Ela estava desfigurada. Quando manuseei o corpo, estava com a roupa que aparecia na TV. Estava tudo preservado. Só queimou a parte frontal dela", sustentou Tiago Silva.
Ainda de acordo com o perito do Departamento de Polícia Técnica, o corpo de Sara Mariano foi queimado no mesmo dia em que foi encontrado, mas a morte ocorreu dias antes.
"Deduzi que foi no horário entre quatro e duas da tarde porque um policial disse: 'antes de 14h não foi. Eu, por um acaso, fazendo ronda, passei por aqui e voltei. Não tinha carro, nem chama. Foi nesse intervalo que aconteceu, o atear fogo. Provavelmente, o crime foi consumado ali [...] A outra coisa que um colega falou foi: 'quando Ederlan estava procurando, ele foi direto no corpo'", lembrou.
O perito ainda relatou que o corpo de Sara foi identificado pela papiloscopia. "A primeira coisa que vi, foi a mão. No queimado, vira mão de boxel, como a gente chama. A mão estava preservada. Aí, temos três técnicas de identificação: papiloscopia; arcada dentária ou DNA. Esses três sistemas possuem hierarquia [...] Ela tinha músculo, pele e sangue", relatou.