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Suspeitos de matar Mãe Bernadete entram para o 'Baralho do Crime': veja quem são eles

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Da redação

Os foragidos, que são procurados por homicídio, atuam nos municípios de Simões Filho e São Sebastião do Passé

Suspeitos de matar Mãe Bernadete entram para o 'Baralho do Crime': veja quem são eles
Divulgação/GOV-BA

Três suspeitos pelo assassinato da líder quilombola conhecida como Mãe Bernadete foram incluídos, nesta quarta-feira (3), no Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP) - uma ferramenta lúdica que mostra os criminosos mais procurados da Bahia. Os três integram o naipe de “Ouros”. Os foragidos, procurados por homicídio, atuam nos municípios de Simões Filho e São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O “Ás de Ouros”, carta mais alta do naipe, é Marilio dos Santos, conhecido como “Maquinista” ou “Gordo”. Ele é apontado como um dos líderes do grupo criminoso que age nos municípios da RMS. O criminoso foi alvo da Operação Pacific, da Polícia Civil, que apurou a morte de Mãe Bernadete; e foragido da operação da Polícia Federal batizada de “Tarja Preta”, que teve como objetivo de identificar líderes de uma organização criminosa.

De acordo com SSP, as investigações apontam que Marilio agiu como o mandante e mentor do crime.

De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP), os ideais da ialorixá e a sua luta pela ordem dentro da comunidade quilombola passou a conflitar com os interesses dos líderes do tráfico de drogas da região. Percebendo que a liderança de Maria Bernadete impediria a expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, Marilio deu a ordem para que Bernadete fosse executada.

Já, a “Dama de Ouros” tem como novo representante Ydney Carlos dos Santos de Jesus, conhecido como “Café”. Na posição de gerente do tráfico local e sendo apontado na denúncia do MP como subordinado e “braço” direito de Marilio, Ydney teria auxiliado no plano de execução da ialorixá.

Por fim, na carta “Nove de Ouros”, foi inserido Josevan Dionisio dos Santos, o “BZ” ou “Buzuim”. Possuindo dois mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo, ele é apontado como um dos executores imediatos do crime, sob ordens do “Maquinista” e instruções de “Café”.  

A líder religiosa foi morta na noite do dia 17 de agosto do ano passado, no interior da sede da Associação Quilombola.

Bernadete Pacífico tinha 72 anos, era ialorixá, líder religiosa da comunidade Pitanga dos Palmares, e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq). A religiosa era uma figura proeminente na luta pelos direitos quilombolas e já havia ocupado o cargo de ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. 

Em julho do ano passado, Bernadete participou, ao lado de outras lideranças quilombolas da Bahia, de um encontro com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, na comunidade Quingoma, em Lauro de Freitas, também na Região Metropolitana de Salvador. Na ocasião, ela denunciou ameaças e violências contra a comunidade quilombola. Ela também cobrava justiça pela morte do filho, Flávio Gabriel dos Santos, o Binho do Quilombo, que foi assassinado em 2017 por homens armados dentro do quilombo.

A Ialorixá foi enterrada no dia 19 de agosto de 2023, no Cemitério Ordem Terceira de São Francisco, na Baixa de Quintas.

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