O subsecretário da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcel de Oliveira, divulgou informações sobre as avançadas etapas da investigação relacionada ao homicídio de Mãe Bernadete. A líder quilombola foi assassinada em 17 de agosto no interior do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado no município de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.
Segundo Oliveira, a polícia já identificou os responsáveis pelo crime e delineou as possíveis motivações por trás do ocorrido. Ele afirmou: “A investigação está bem adiantada, com autorias definidas, com prováveis motivações conhecidas. No entanto, a investigação tramita em sigilo, mas pode ter certeza que a família vai ter o resultado que ela precisa e merece receber em pouco tempo”. A declaração foi dada em uma entrevista concedida à TV Globo.
Mãe Bernadete era uma figura proeminente na luta pelos direitos quilombolas e já havia ocupado o cargo de ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Ela também desempenhava um papel central na comunidade quilombola de Simões Filho, sendo mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, que também foi assassinado seis anos atrás.
A investigação identificou um homem suspeito de envolvimento no assassinato de Mãe Bernadete, e as autoridades estão atualmente em busca dele. Informações obtidas por uma fonte revelaram que as ameaças à líder quilombola tinham aumentado nas semanas anteriores. A vítima vinha expressando preocupações com um homem que residia próximo à sua residência e que estava tentando vender terrenos dentro do quilombo.
Conforme relatos, o indivíduo em questão inicialmente se apresentou como prestador de serviços à comunidade, porém, mais tarde, demonstrou interesse em transações de terras e estava ligado a atividades ilegais de extração de madeira. Suspeita-se que esse homem tenha estabelecido uma conexão com um policial envolvido em exploração de madeira ilegal, levantando suspeitas de cumplicidade.
A investigação aponta para sua possível participação no corte de energia ocorrido momentos antes do assassinato, uma ação que se acredita ter sido realizada para desativar as câmeras de segurança. Há suspeitas de que esse indivíduo tenha atuado como observador, auxiliando os executores do crime. A região acredita que o corte de energia tenha sido uma tentativa de prejudicar a vigilância eletrônica da área.