A Defesa Civil de Maceió emitiu um comunicado de alerta máximo sobre o colapso de mina da Braskem que pode ocorrer a qualquer momento.
“Estudos mostram aumento significativo na movimentação do solo na mina 18, indicando a possibilidade de rompimento e surgimento de um sinkhole, ou seja, uma enorme cratera pode ser aberta na região afetada”, disse em comunicado divulgado na noite de quinta-feira, 30.
A mina de sal-gema da Braskem vinha se movimentado aproximadamente 50 cm por dia, mas esse deslocamento se intensificou em mais de 1 metro em 48 horas. O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), decretou estado de emergência por 180 dias na capital de Alagoas. Segundo ele essa é “a maior tragédia urbana no mundo, em curso”.
Uma decisão judicial determina a saída de 27 famílias da área de risco 00, que abrange dois bairros. A mina em questão é a número 18; há 35 instaladas na capital alagoana. A região mais afetada é o bairro do Mutange, mas 60 mil pessoas de cinco bairros da cidade foram realocadas e a área de risco foi completamente evacuada.
Em nota, a Braskem informou que a situação vem se intensificando e que estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para a diminuição do impacto. A empresa reforçou ainda que segue acompanhando e compartilhando os dados de monitoramento em tempo real com as autoridades competentes.
MINAS MACEIÓ
As minas da Braskem em Maceió são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração na região. Essas cavernas estavam sendo fechadas desde 2019, quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a atividade realizada havia provocado o fenômeno de afundamento do solo na região, o que obrigou a interdição de uma série de bairros da capital alagoana.
Ainda em 2018, foram identificados danos semelhantes em imóveis e ruas do bairro do Mutange, localizado abaixo do Pinheiro e à margem da Lagoa Mundaú; e no bairro do Bebedouro vizinho aos outros dois. Em junho de 2019, moradores do bairro do Bom Parto relataram danos graves em imóveis.
Desde então, o Ministério Público Federal em Alagoas (MPF-AL) acompanha o caso, tendo assumido, em dezembro de 2018, a apuração dos fatos e iniciado atuação preventiva em favor dos moradores.
Em julho deste ano, a prefeitura da cidade fechou um acordo com a empresa assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento dos bairros, que teve início em 2018.