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Clarão no céu da Bahia: pesquisadora da UFBA explica fenômeno visto em várias cidades

Data:
Driele Veiga

Meteorito pode valer até R$ 3 milhões

Clarão no céu da Bahia: pesquisadora da UFBA explica fenômeno visto em várias cidades
Rede Social

Um forte clarão no céu, na noite deste domingo (17), chamou a atenção de moradores da região da Chapada Diamantina, na Bahia. Um meteoro caiu na localidade e câmeras de segurança de algumas residências registraram o momento. O fenômeno foi visto em Seabra, Palmeiras e Livramento de Nossa Senhora. 

Há, porém, relatos de que o clarão foi visto em outras cidades de regiões diferentes, como Tucano, Queimadas e Santaluz. 

Mas, afinal, o que foi que aconteceu? Segundo a pesquisadora do Núcleo de Estudos em Meteoritos da Universidade Federal da Bahia, Leidiane Ferreira, o meteoro foi gerado pela passagem de uma rocha espacial que atingiu a Terra em alta velocidade e, quando isso acontece, acaba provocando a compressão dos gases e isso gera o fenômeno luminoso.

"Como foi um efeito luminoso intenso, visto em muitos municípios e moradores também ouviram explosão, provavelmente, a rocha era grande e se dividiu durante a passagem pela atmosfera".

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COMO IDENTIFICAR UM METEORITO

O meteorito é uma rocha ou metal que consegue atravessar a atmosfera de um planeta ou lua e chegar até a sua superfície. Trata-se de um fragmento de meteoro que não se desintegrou.

De acordo com Leidiane, a principal característica dele é uma crosta de fusão preta, escura e não oferece risco algum a população.

"Um meteorito recém caído vai estar bem escuro na superfície e o interior dele é claro, meio acinzentado. Quem encontrar pode pegar, que não oferece perigo. Só não pode lavar por que isso pode gerar prejuízos para a rocha".

O QUE FAZER SE ENCONTRAR UM METEORITO?

Quem encontrar os meteoritos, como são chamados os pedaços do meteoro, pode ter um tesouro em mãos. Eles trazem informações sobre os primórdios do sistema solar da galáxia. Através dos meteoritos, é possível compreender mais sobre a dinâmica do planeta Terra.

“Essas amostras servem não só para a pesquisa, mas, também, para divulgação científica para que fiquem expostos em museus, planetários e feira de ciências”.

Caso encontre um meteorito, o cidadão deve entrar em contato com o Núcleo de Estudos em Meteoritos na Ufba para que a rocha possa ser devidamente tipificada e para que o local exato, de onde houve o espalhamento dos fragmentos, seja identificado. Isso pode ser feito através do Instagram @meteoritosbrasileiros.

"A pessoa que tiver em posse do meteorito precisa doar uma parte do fragmento para o Núcleo fazer o registro e classificação. Depois disso, a outra parte o proprietário pode usar da forma que considerar mais adequada, ou seja, doar, vender ou colecionar".

QUANTO CUSTA UM METEORITO?

Segundo a pesquisadora, os meteoritos têm grande valor de mercado e científico, sendo disputado por colecionadores; indústrias químicas; pesquisadores e também por pessoas anônimas.

O corpo celeste pode ser vendido para qualquer local do mundo e não há uma legislação específica para a comercialização da rocha. O preço deles varia.

“O valor comercial depende do tipo do meteorito, do tamanho e da conservação. Por isso, é importante não lavar ou cortar e preservá-lo da forma natural”, sustentou a pesquisadora.

Mas para que a venda possa ocorrer, é preciso antes registrar o meteorito no Núcleo de Estudos em Meteoritos da Ufba.

Um exemplo de meteoro que vale milhões é um meteorito lunar de 5,5 quilos, que foi arrematado em 2018 nos Estados Unidos por cerca US$ 600 mil, o que hoje equivale a quase R$ 3 milhões.

"A venda total da amostra não é indicada porque isso prejudica o desenvolvimento da ciência meteorítica brasileira e a divulgação científica sobre esses corpos espaciais no Brasil".

 

 

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