Há quinze anos, o então governador da Bahia, Jaques Wagner, anunciou que uma grande ponte seria construída para ligar Salvador à Ilha de Itaparica, para fomentar o desenvolvimento do Estado e facilitar a traumática travessia da Baía de Todos os Santos, feita principalmente pelo caótico e péssimo sistema de ferry-boat, administrado pela Internacional Travessias.
Desde o início, o anúncio causou uma série de polêmicas, passando pelos reflexos ambientais, especulação imobiliária na Ilha, o aumento da criminalidade por lá e outras questões.
Já são 15 anos de idas e vindas e muitas incertezas que resultaram em memes, piadas e farto material para a oposição ao governo do PT. Diante desse quadro, muitos baianos não acreditam que a tal ponte venha de fato a ser literalmente concretizada nos seus 12,4 quilômetros de extensão.
Aumentam as bolsas de apostas e, também, o preço do produto, estimado em cerca de 13 bilhões de reais. É bom destacar que é uma estimativa suscetível às mudanças, dependentes de tempo e moeda internacional.
Mais uma vez, a ponte volta a ser objeto de noticia, porque a Superintendência do Patrimônio da União autorizou ao consórcio responsável pela construção da ponte serviços técnicos de perfuração.
De acordo com a portaria da SPU, serão cerca de 102 perfurações em uma área de 5,9 milhões de metros quadrados entre Salvador e a Ilha de Itaparica. Essa sondagem será feita no mar e em terra firme para uma investigação geológica necessária para a construção do equipamento. Só este serviço terá um custo de 160 milhões de reais.
O governador Jerônimo Rodrigues já foi até a China pedir pela ponte, e teve também o apoio do presidente Lula, que reforçou o apelo. Lembrando que a obra será feita por dois grupos chineses com grande experiência na construção de pontes do porte da que pretende ligar Salvador a Itaparica. Em várias entrevistas, Jerônimo garantiu que a ponte sairá do papel. Agora, resta aguardar novas noticias. E que elas sejam realmente favoráveis para que a Bahia não espere 15 anos ou mais.