Cerca de 50 funcionários da empresa chinesa Jinjiang Construction Brazil Ltda, que presta serviço para a montadora Build Your Dreams (BYD), em Camaçari, foram barrados por policiais da 36ª CIPM depois de tentarem deixar, sem pagar, o hotel onde estavam hospedados em Dias D'Ávila .
O caso aconteceu no dia 14 de abril e foi registrado na 25ª Delegacia Territorial do município. O Portal do Casé conseguiu,com exclusividade, acesso a toda negociação entre as partes. Câmeras do estabelecimento registraram a tentativa de fuga dos chineses e como eles deixaram o estabelecimento.
FUGA
De acordo com o proprietário do Hotel e Restaurante Canal de Suez, Newton Júnior, a empresa chinesa firmou um contrato de hospedagem dos trabalhadores, no dia 06 de março deste ano, com prazo de três meses. A data prevista de encerramento seria 05 de junho de 2024. Mas o acordo teria sido quebrado, sem aviso prévio, e com saída as escondidas dos funcionários chineses.
"Ninguém me informou do intuito de quebrar o contrato. Eu estava em casa e vi pelas câmeras a movimentação dos chineses com todas as malas e equipamentos se organizando para irem embora sem me pagar. Chamei a polícia e eles foram barrados. Depois saíram dizendo que iam almoçar e retornariam. No entanto, abandonaram as malas e todo material de trabalho no hotel. Fugiram".
Não bastasse a fuga, os funcionários chineses deixaram os quartos em condições precárias com bicho, fruto de comidas estragadas, diversos lençóis sem condições de uso e uma conta de energia de mais de R$ 7 mil.
"Eu ligo para o contador, para a advogada da empresa chinesa e eles só dizem lamentar o fato e não me dão posicionamento positivo de pagamento".
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CONFUSÃO NO PAGAMENTO E CALOTE
O valor dos três meses do contrato está avaliado em R$ 95 mil, mais impostos de emissão de nota fiscal. Com isso, deveria ter sido depositado na conta jurídica do hotel pouco mais de R$ 107 mil.
No entanto, a quantia foi depositada pela empresa chinesa, de forma errônea, na conta pessoal do proprietário do estabelecimento.
Mas, conforme comprovantes, ele devolveu o valor e solicitou que a verba fosse transferida para a conta jurídica, conforme contrato.
"Eu não poderia receber esse valor na minha conta pessoal, porque se não, como seria na hora de declarar o imposto de renda? Devolvi a quantia, emiti a nota, como combinado, e solicitei o depósito na conta jurídica e isso nunca foi feito".
Com a quebra de contrato e a inclusão de multas a empresa ligada a BYD agora está com uma dívida de R$ 310.083,34.
O empresário ainda entrou em contato com a advogada que representa a Jinjiang Construction Brazil Ltda e a única resposta que recebeu foi "Lamento que a negociação não deu certo".
O Portal do Casé também entrou em contato com a referida representante jurídica da empresa chinesa e ela informou que não está autorizada a falar em nome da Jinjiang.
"Não posso falar em nome da empresa mas é um caso de cobrança. Ele pode buscar os direitos na justiça".
