"Eu me senti muito constrangida e fiquei paralisada". Foi desta forma que a assistente administrativo, Adriana Santos, 39 anos, resumiu seu sentimento no feriado de 1º de Maio, quando aproveitava a folga com a família na praia do Porto da Barra, em Salvador.
Segundo ela, o dia que deveria ser de lazer virou uma verdadeira confusão depois que suspeitou que um homem havia lhe fotografado, pelo celular, sem sua prévia autorização.
“Eu o vi usando a câmera do celular e me senti mal. Comentei com meu marido, que foi até barraqueiros locais e pediu que observassem. Ao saber, os homens abordaram esse rapaz e viram que, no celular, tinha não só fotos minhas, mas de outras mulheres, também”, denunciou, em entrevista ao Portal do Casé.
O homem acusado do assédio sexual é o prefeito de Dom Macedo Costa, a 180 km de Salvador, Egnaldo Piton (PT), conhecido como Guito.
“Sumiram com o telefone dele. Daí, ele foi até minha mesa com três policiais que revistaram meu marido e minha bolsa. Tudo isso na frente de minha filha de sete anos. Eu fiquei completamente constrangida. Nada foi encontrado, não roubamos celular”, sustentou Adriana.
Toda a confusão foi parar na delegacia. O registro de assédio foi feito na Casa da Mulher Brasileira, na Avenida Tancredo Neves, que transferiu o caso para a 14ª Delegacia Territorial (DT/Barra), por não se tratar de violência doméstica.
Uma testemunha do episódio já prestou esclarecimentos na delegacia e uma nova oitiva com a vítima está marcada para esta semana. “Não fui mais para o mar brincar com minha filha. Fiquei constrangida de levantar. Depois de tudo isso, não consegui nem dormir”, finalizou.
A reportagem do Portal do Casé tentou, por diversas vezes, contato com o prefeito de Dom Macedo Costa para que ele comentasse o caso. Egnaldo Piton não atendeu às diversas ligações. O espaço está aberto para manifestação.