O procurador federal Plácido Faria afirmou que o frei responsável pela Igreja de São Francisco, em Salvador,pode responder criminalmente por homicídio após o desabamento do teto da igreja, que matou a jovem Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos,e deixou outras cinco pessoas feridas.
Em entrevista ao Portal do Casé, a autoridade informou que o frei tinha a obrigação de fechar a igreja após constatar o perigo aos frequentadores, mas não o fez.
“Quando ele mandou o ofício o padre afirmou que o teto estava com problemas e corria risco de desabar. Então, ele como responsável teria a obrigação de fechar a igreja pois o ofício tem os tramites legais e não é imediato. Além disso, o Iphan, tem pouca responsabilidade sobre os acontecimentos. Ele tinha obrigação de fechar a igreja, já que constatou perigo aos frequentadores", afirmou.
O frei comunicou ao Iphan 48 horas antes por ofício sobre os riscos, e nunca esteve pessoalmente no Instituto.
A Defesa Civil interditou a igreja até que não haja risco à integridade física de ninguém. O superintendente do Iphan, Hermano Queiroz, destacou que os templos pertencem à igreja e que é responsabilidade da igreja provocar os órgãos para realizar ações de fiscalização.
Ele comparou a situação com a de um dono de uma casa que não pode culpar o estado se a parede da própria residência está rachando e ele não toma nenhuma providência a respeito.
O procurador afirmou que o frei pode responder por homicídio culposo, mas se o Ministério Público Federal for mais exigente, pode denunciá-lo por homicídio com dolo eventual. A investigação está em andamento e a responsabilidade pelo acidente ainda está sendo apurada.
O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma recomendação à Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia e à Ordem Primeira de São Francisco para a adoção de medidas emergenciais após o desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Centro Histórico de Salvador.