Vidros sendo quebrados, alumínios batendo no chão e sendo retorcidos. Esses barulhos viraram rotina para vizinhos do imóvel onde funcionava o antigo Colégio Odorico Tavares, no bairro do Corredor da Vitória, em Salvador. Há cerca de 15 dias, o local está sendo invadido, sempre entre 3h e 5h, para furto de peças que podem ser revendidas facilmente para empresas de ferro-velho. E os criminosos não fazem cerimônia alguma.
O Portal do Casé ouviu porteiros e moradores dos edifícios vizinhos. Sem se identificar, dizem que, em uma das madrugadas, a Polícia Militar chegou a ser acionada, mas não foi ao local. A área é de responsabilidade da 11ª Companhia Independente (CIPM/Barra). De acordo com as testemunhas, os criminosos invadem o prédio onde funcionava o Odorico Tavares pelo Vale do Canela, onde apenas uma chapa de aço tenta resguardar o prédio.
"Nas duas últimas madrugadas [domingo e segunda] têm se tornado pior. O estrondo de vidros quebrados e chapas sendo retorcidas é muito alto", diz um dos vizinhos do Odorico Tavares. Na madrugada desta segunda-feira (9), o crime foi registrado por volta de 3h30. Vídeo feito por um dos moradores mostra uma pequena parte do barulho feito pelos bandidos. "Aqui, ninguém mais dorme nestes horários", finaliza.
O estrago já pode ser percebido durante o amanhecer. Do lado externo do prédio, toldos que ainda estavam no local quando o colégio foi fechado já foram furtados.
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ELEFANTE BRANCO
O prédio onde funcionava o Colégio Odorico Tavares, que tem pouco mais de 5 mil metros quadrados, foi fechado em 2019, por decisão do então governo comandado por Rui Costa (PT). Na época, a Secretaria da Educação disse de forma oficial que a queda nas matrículas não justificava o funcionamento da unidade. A escola tinha capacidade para até 3,6 mil alunos. Até hoje, porém, o Governo do Estado não deu um destino ao imóvel.
Em 2023, a Secretaria de Administração do Estado da Bahia (SAEB) chegou a prometer leilão do imóvel - instalado em uma das áreas mais valorizadas de Salvador -, mas ainda nada foi à frente. O terreno pode valer até R$ 50 milhões.