Um parecer técnico do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan) confirmou irregularidades na construção de um rooftop de 500 m² sobre dois imóveis em frente à Praça Municipal, área tombada desde 1984. O documento, assinado em junho pelo arquiteto João Gustavo Andrade Silva, mostra que a empresária Andrea Velame, responsável pelas Casas Conceito, tinha autorização apenas para reformas simplificadas, mas ergueu uma cobertura com piscina para abrigar o restaurante Ori Rooftop.
Segundo o relatório, a permissão se restringia a pintura de fachadas, substituição de esquadrias, instalação de pisos, revestimentos e infraestrutura elétrica e hidráulica.
A construção do rooftop, que ocupa parte de um casarão histórico e do prédio onde funciona uma agência do Bradesco, não tinha anuência prévia, exigida pela legislação que protege bens tombados.
O parecer destaca contradições entre o pedido original e as intervenções executadas, apontando que outras obras só seriam analisadas após envio de material técnico complementar. Apesar disso, o Iphan não embargou a obra, como determina o Decreto-Lei nº 25/1937, que prevê paralisação imediata, multa e responsabilização criminal em casos de alteração sem licença.
Em nota, o instituto afirmou que as intervenções não autorizadas serão apuradas e que os responsáveis já apresentaram projeto de regularização, atualmente em análise.
Enquanto isso, o espaço segue em funcionamento, integrado ao futuro hotel de luxo Villa Andrea, no Casario da Misericórdia, no Centro Histórico de Salvador.