Um mercado em Salvador foi condenado a pagar R$ 20 mil em indenização por danos morais a um ex-funcionário, vítima de racismo recreativo. O trabalhador foi demitido após questionar o comportamento dos superiores, que incluía comparações racistas com o personagem "King Kong", uma referência ao macaco. A prova-chave do caso foi uma gravação de uma ligação telefônica feita pelo ex-funcionário, na qual ele relata o impacto emocional das ofensas e tenta conscientizar o empregador sobre a gravidade do racismo.
No entanto, o patrão tentou justificar os comentários, minimizando o preconceito e ainda fez uma declaração considerada etarista, afirmando que "velho é problema". A demissão, registrada como sem justa causa, ocorreu logo após o funcionário confrontar os abusos, caracterizando retaliação, segundo a Justiça do Trabalho.
A sentença foi proferida pelo juiz Danilo Gonçalves Gaspar, da 6ª Vara do Trabalho de Salvador, que reconheceu a prática de racismo recreativo por parte do dono do mercado. A decisão ainda pode ser objeto de recurso.
