O Ministério Público da Bahia (MP-BA) iniciou uma investigação sobre o bloco Filhos de Gandhy, em Salvador, por suposto ato de transfobia em seu estatuto social. A investigação foi deflagrada após o bloco anunciar que homens trans estavam proibidos de participar do desfile, o que gerou grande repercussão nas redes sociais.
O estatuto social do bloco especificava que apenas pessoas do "sexo masculino cisgênero" poderiam ingressar na associação, o que foi interpretado como uma clara discriminação contra homens trans. Após a polêmica, o bloco retirou a palavra "cisgênero" do aviso, restringindo a participação apenas ao "sexo masculino".
No entanto, o MP-BA decidiu manter a investigação, mesmo com a alteração do estatuto. O órgão solicitou informações e esclarecimentos ao bloco e aguarda retorno para adoção das medidas cabíveis. Além disso, o bloco anunciou que realizará uma assembleia geral para discutir alterações no estatuto.
Veja nota na íntegra:
O Afoxé Filhos de Gandhy, ao longo de seus 76 anos de história, sempre teve como principio a valorização da paz, do respeito e da tradição. Nosso estatuto social reflete a trajetória e os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas, tem preservado sua identidade cultural e religiosa.
Tradicionalmente, e de acordo aos preceitos religiosos que o regem desde o início, o Afoxé Filhos de Gandhy é formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido político ou classe social.
Reconhecemos que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais. Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade.
Nesse sentido, recolhemos o termo de aceite onde consta a palavra masculino cisgenero, passando constar apenas do sexo masculino, quanto a alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma essembleia geral para discutir o assunto.