A enfermeira Camilla Ferraz Barros, investigada por injúria racial, agressão e ameaça contra funcionárias de um pet shop em Salvador, prestou depoimento na Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (COERCID) nesta sexta-feira (10).
De acordo com a delegada Patrícia Barreto, responsável pelas investigações, Camilla Ferraz preferiu se manter em silêncio durante o depoimento, que durou cerca de uma hora. Após ser liberada, a enfermeira não respondeu às perguntas dos jornalistas, limitando-se a chorar com uma jaqueta cobrindo seu rosto.
Anteriormente, em um áudio enviado a ex-colegas de trabalho, Camilla Ferraz pediu desculpas e afirmou ter "perdido o controle" durante o incidente, alegando ter sido agredida fisicamente pela vendedora.
O arquivo, que foi enviado no grupo da Rede Mater Dei, empresa onde Camilla Ferraz Barros trabalhava antes de ser demitida por causa da situação, traz ainda um pedido de desculpas da enfermeira, conforme exibido pela TV Bahia nesta sexta-feira (10).
"Pessoal, boa noite. Eu resolvi mandar esse vídeo para vocês, para poder me explicar primeiro, né? Vocês têm pouco contato comigo e sabem que eu não sou uma pessoa racista, vim de baixo. Sempre tem dois lados da história né? Eu perdi o controle na loja hoje e depois de ter sido agredida fisicamente pela vendedora. Então a única coisa que tinha para não agredir a vendedora era agredir com palavras e eu acabei exagerando. Então assim, me desculpa, né? A quem tem a cor negra, eu só posso pedir desculpas a vocês, né? Eu estou sendo achincalhada. O Mater Dei está sendo citado, acredito que a empresa vai está me desligando, mas eu faço questão de pedir desculpas a cada um de vocês, e vocês sabem minha ciência, me conhecem diariamente e sabem que eu não sou essa pessoa. Então só queria me explicar e dizer que antes disso tudo eu fui agredida, fui para o IML e só colocaram a parte que era conveniente na mídia", afirmou.
A investigação prossegue, com a delegada Patrícia Barreto à frente do caso.
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