As obras de requalificação da Rua Silveira Martins, principal via de tráfego do Cabula e de ligação a bairros vizinhos, não está agradando que vive e circula pela região. O projeto, avaliado em R$ 14,5 milhões, prevê nova pavimentação, passeios mais largos para ampliar a segurança de pedestres, criação de retornos para facilitar o trânsito, implantação de áreas de convivência em espaços ociosos, abertura de ciclovias, canteiro central arborizado, entre outras melhorias.
Foi justamente o passeio largo o campeão de reclamações e denúncias na redação do Portal do Casé. Nossa equipe de reportagem foi ao local averiguar e se deparou com moradores, comerciantes e motoristas insatisfeitos com o projeto, elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). A faixa para o condutor que segue no sentido Universidade do Estado da Bahia (Uneb) foi reduzida e o trânsito está caótico em qualquer horário.
O comerciante de frutas e verduras, Antônio Correia, foi um dos que não aprovou a obra. “Aumentou o passeio e diminuiu a pista. Ficou só uma faixa e antes eram duas. Agora todo dia é engarrafamento”, destacou, durante entrevista ao Portal do Casé.
Morador do bairro do Cabula, o motorista Paulo Silva ficou sem entender o alargamento do passeio e remoção da baia de ônibus. “O nosso bairro ficou irreconhecível. Essa obra veio para atrapalhar. Já era problemático o trânsito do Cabula e ficou pior. O passeio precisávamos melhorar. Mas alargou o passeio e encurtou a pista. Tiraram a baia de ônibus e não entendi o porquê disso”, contou.
Se quem estava vendo o trânsito caótico desaprovou, imagina quem estava horas preso nele. Foi o caso do funcionário público, Luiz Roberto. “Não entendi essa metodologia. Aumentaram o passeio e dificultou o tráfego aqui. Já fiz reclamação e disseram que o prefeito vinha aqui”, sustentou.
De fato, o prefeito Bruno Reis esteve na localidade após tanta reclamação. Ao Portal do Casé, o gestor informou que circulou de ponta a ponta na Silveira Martins, na última terça-feira (2), em uma van, com lideranças da região e cada ponto foi analisado. A via corta todo o Cabula e passa por regiões extremamente povoadas e com diversos condomínios.
"Coloquei minha equipe toda numa van e percorri toda Rua Silveira Martins. Vai permanecer os seis metros de cada lado da via, totalizando, 12 metros. Estamos alargando o passeio por que vamos incorporar a ciclovia ao passeio para estimular a mobilidade urbana. Tenho certeza que ao final da obra todos estarão satisfeitos porque estará compatibilizado o pedestre, quem quer andar de bicicleta e vai nos permitir tirar alguns cruzamentos, sinaleiras e isso vai melhorar muito o trânsito".
O entregador Paulo Sérgio usa a bicicleta como veículo de transporte e já aprovou a intervenção: "Para mim ficou ótimo e acho que vai melhorar mais".
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DIVISÕES DO PROJETO
No primeiro trecho do projeto, que corresponde à área entre a ladeira do Cabula até a altura da Alameda Flamengo, na via principal, foram propostas duas faixas por sentido de via, assim como a criação de um canteiro central arborizado com retornos para veículos. As faixas para travessia dos pedestres serão implantadas próximas aos pontos de ônibus e nos retornos, no nível do passeio, com rampas de acessibilidade. As calçadas também serão ampliadas em determinados pontos.
O segundo trecho da obra, que vai da Alameda Flamengo até a Uneb, apresenta um maior grau de complexidade no sistema viário por conta da interseção com a Estrada das Barreiras. Neste cenário, o projeto de requalificação propôs um binário utilizando a Travessa da Tesoura, para ajudar a melhorar a fluidez dos veículos nos pontos de estreitamento, viabilizando também o retorno para os automóveis que se dirigem à Rua São Gonçalo.
Na interseção com a Estrada das Barreiras, haverá modificação no sistema de sinaleiras que funcionará com tempo mais reduzido, otimizando assim o fluxo intenso nesta região.
O terceiro trecho compreende da Uneb até a ladeira da Avenida Edgard Santos. No Largo do Saboeiro, no espaço da rótula, onde hoje existe um monumento em homenagem ao Professor Edgard Santos, será criada uma praça com pergolado e jardins com bancos, sendo este o único trecho que possibilitou a criação de um espaço público de convivência.