Homens jovens, negros, com baixa escolaridade e sem recursos financeiros. Esse é o perfil das pessoas presas em flagrante em Salvador, no ano de 2023. Estudo realizado pela Defensoria Pública do estado e divulgado na quarta-feira (9) ainda trouxe outra estatística: apenas 127 das 2.898 que compareceram a uma audiência de custódia (4,2%) foram novamente capturadas em flagrante.
A taxa de retorno se refere à segunda prisão em flagrante de uma pessoa no mesmo ano, após ter sido solta provisoriamente. Na prática, esse ponto avalia prisões feitas antes de a pessoa ser condenada ou absolvida pela Justiça (presos provisórios).
Já a reincidência acontece quando uma pessoa, já condenada de forma definitiva, sem possibilidade de recurso, comete novos crimes.
O perfil das pessoas presas em flagrante se mantém semelhante a anos anteriores, segundo a Defensoria Pública: predominando homens negros, jovens, e de baixa escolaridade. A maioria das pessoas que passaram por audiência de custódia autodeclaram-se pretas ou pardas, representando 96,9% do total. Brancos são 3,1% dos casos.
As mulheres representam apenas 5,4% dos 2.898 analisados. No entanto, o quadro se repete em relação à cor: 140 (91,5%) se autodeclararam negras.
“Os relatórios anuais sobre audiências de custódia têm revelado um padrão persistente no perfil das pessoas que são presas em flagrante: jovens de baixa renda, negros, com pouca escolaridade, são os mais vulneráveis tanto à criminalidade quanto às ações policiais”, reforça a defensora pública geral da Bahia, Firmiane Venâncio.