Localizada no povoado de Oliveira dos Campinhos, a Cachoeira do Urubu pertence a Santo Amaro. Com 53 metros de queda d’água, é a maior da região. O local recebe turistas de diversos cantos do Brasil e o Portal do Casé esteve por lá no feriadão da Proclamação da República (15).
Apesar de tanta beleza natural, é comum muito lixo durante todo o trajeto. Na principal descida, apesar da placa sinalizando para não jogar descarte, muito ali se acumulava. Dias após a passagem da reportagem, houve queima de boa parte dos resíduos. Mas o rastro de sujeira chama a atenção.
Com acesso gratuito, a trilha é bem localizada e sinalizada. Até chegar a cachoeira, o visitante passa por um caminho com muito verde e atravessa a ponte sobre o rio Serji.
“Um absurdo a quantidade de lixo que tem aqui. A Prefeitura deveria cobrar o acesso a essa Cachoeira e manter o local limpo. O povo não tem educação”, disse uma visitante, que não quis revelar a identidade.
Os nativos da região pensam da mesma forma. Também sem querer se identificar, a dona de um comércio local na entrada da trilha disse que já é uma reivindicação antiga a cobrança da entrada para evitar a sujeira no ambiente. “A gente já pediu, mas ninguém ouve”, ressaltou.
Na própria cachoeira, a reportagem avistou diversas embalagens de preservativo, de salgadinho, suco de caixa e garrafas pets de refrigerante. De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), uma garrafa PET leva de 200 a 600 anos para se decompor no meio ambiente e o metal demora em torno de 500 anos.
Mas o lixo não é o único problema. Usuários de maconha, que consumem a droga sem nenhum pudor, também são questão à parte. O som alto também atrapalha a visita de um lugar que ainda tem muito a oferecer.
Em nota a Prefeitura de Santo Amaro informou que a área em questão é de propriedade privada, pertencente à empresa Penha, e sua gestão está sob responsabilidade do Monumento Natural do Cânion do Subaé (Mona), coordenado pelo Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Apesar disso, o município tem se engajado em uma missão tripartite envolvendo a Penha, o Inema e a própria Prefeitura, reconhecendo sua responsabilidade em colaborar para a preservação e gestão do local.
“Atualmente, está em andamento o processo de elaboração do Plano de Manejo, que será fundamental para definir o uso adequado da área, incluindo as zonas destinadas ao turismo e as reservadas exclusivamente à preservação ambiental. Este planejamento é essencial para assegurar a proteção e o uso sustentável do espaço”, diz a nota.
Além disso, segundo a prefeitura visitas técnicas, reuniões e audiências públicas, estão sendo realizadas para resolver a problemática.
“Essas ações incluem questões como segurança, passivos ambientais e a definição da carga de visitantes permitida, conforme as diretrizes do Plano de Manejo”.