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Tragédia em Madre de Deus: sobe para seis número de mortos; Conheça algumas das vítimas e tudo do acidente

Data:
Driele Veiga

Criança de seis anos foi localizada sem vida.

O corpo da sexta vítima do acidente de barco em Madre de Deus foi encontrado na manhã desta segunda-feira (22). Ele foi localizado no canal de corrente na saída da Ilha de Loreto. Trata-se de uma mulher identificada como Hayala dos Santos Conselho, de 32 anos. Com isso, o número de mortos no acidente sobe para seis. Quatro do sexo feminino e dois do sexo masculino, respectivamente. 40 bombeiros estão atuando nas buscas na Baía de Todos-os-Santos.

Segundo informações da Prefeitura de Madre de Deus, as vítimas fatais foram identificadas como: Ryan Kevellyn de Souza Santos, de 22 anos; Flaviane Jesus dos Santos, de 29 anos; Caroline Barbosa de Souza, de 17 anos; Rosimeire Maria Souza Santana, de 59 anos;

e Jonathan Miguel de Jesus Santos, de 7 anos;

O Portal do Casé também apurou que uma criança de seis anos, identificada previamente como Alice, também teria ido a óbito, o que faria o número de vítimas subir para sete.

Outras seis pessoas foram levadas para o Hospital Municipal de Madre Deus. Duas já tiveram alta, três foram levadas para Salvador e uma aguarda transferência para uma unidade de saúde também na capital.

Testemunhas afirmaram que houve uma discussão entre passageiros e um deles chegou a cair no mar. Com a confusão quem estava na embarcação teria corrido para um dos lados da embarcação, que virou. Nas redes sociais a prefeitura de Madre de Deus lamentou o ocorrido.

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A embarcação fazia o trajeto Ilha Maria Guarda X Madre. O naufrágio aconteceu por volta das 22h, quando os passageiros voltavam de uma festa. Não há confirmação, ainda, se a embarcação estava super lotada.

Dos feridos, um menino de 6 anos está internado na UTI pediátrica do Hospital Roberto Santos, em Salvador; Uma menina de 1 ano está internada na UTI pediátrica do Hospital do Subúrbio, na capital baiana e uma mulher de 56 anos está internada na UTI do Hospital Municipal de Salvador.

Segundo informações algumas vítimas continuam desaparecidas. Entre elas um homem conhecido como Vandinho.

Uma equipe de Busca e Salvamento (SAR) da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) foi enviada ao local para conduzir as buscas dos possíveis desaparecidos. Eles trabalham em conjunto com outros órgãos, além de apurar o ocorrido e coletar informações.

Participam das buscas uma embarcação da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental - (COPPA) da Polícia Militar, uma aeronave do Grupamento Aéreo (Graer) e outras embarcações civis.

Em nota a Marinha informou que vai ser instaurado um Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) pela CPBA, para apurar as causas e circunstâncias do acidente. Concluído o procedimento, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, usou as redes sociais para lamentar o naufrágio.

Jerônimo Rodrigues também pediu empenho dos órgãos e disse ter esperança em encontrar os desaparecidos.

"Meus sentimentos aos familiares das vítimas do acidente, envolvendo uma embarcação, no município de Madre de Deus, na noite deste domingo (21). Seguimos aqui, atuando, empenhados e esperançosos em encontrar os desaparecidos", disse o governador da Bahia.

"Estou acompanhando as tratativas com a Secretaria estadual da Saúde, da Segurança Pública, Corpo de Bombeiros e o prefeito Dailton Filho. Não mediremos esforços para dar todo o apoio e suporte às famílias".
 

RELEMBRE A TRAGÉDIA CAVALO MARINHO I

O acidente em Madre de Deus fez baianos recordarem a maior tragédia marítima do estado, ocorrida no dia 24 de agosto de 2017, que matou 19 pessoas, entre elas três crianças, e deixou outras 59  feridas.

A embarcação Cavalo Marinho I naufragou cerca de 15 minutos após sair do cais de Mar Grande, na cidade de Vera Cruz. Com potencial para transportar 160 pessoas, a embarcação levava menos do que a capacidade: 120 – sendo 116 passageiros e quatro tripulantes.

Apesar de estar regular, a Marinha encontrou uma série de negligências, atribuída ao proprietário da empresa e ao engenheiro. A principal delas foi a colocação de 400 kg de lastros, que são pesos usados para ajudar na capacidade de manobras, no fundo da lancha Cavalo Marinho I.

Os objetos que são feitos de concreto foram deixados soltos abaixo da sala de comando e deslizaram dentro da lancha, contribuindo "negativamente para a capacidade de recuperação dinâmica da embarcação".

No mesmo inquérito, a Marinha identificou ainda que a embarcação passou por mudanças consideradas irregulares, que acabaram com a inserção desses lastros. Depois da colocação desse peso, um novo estudo de estabilização deveria ter sido feito.

Até hoje os processos indenizatórios dos familiares das vítimas encontram-se parados. A Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA) ajuizou 46 ações contra a CL Transportes Marítimos – dona da embarcação Cavalo Marinho I, quando o acidente aconteceu. Desse total, 41 casos ficaram na comarca de Itaparica e as outros cinco em Salvador.

Com o passar dos anos, alguns sobreviventes e familiares contrataram advogados particulares e 36 processos seguiram com a Defensoria Pública, sendo 35 são da comarca de Itaparica e um de Salvador. Todos são de caráter indenizatório.

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