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Vinhos em Harmonia – Por que recebemos a rolha antes de servirem o vinho no restaurante?

Data:
Livio Chiazzano

A prática de apresentar a rolha tem mais significado do que parece e carrega consigo uma tradição que mistura respeito ao vinho

Vinhos em Harmonia – Por que recebemos a rolha antes de servirem o vinho no restaurante?
Freepik

Se você já pediu uma garrafa de vinho em um restaurante mais sofisticado, provavelmente passou por esse pequeno ritual: o garçom ou sommelier abre a garrafa, entrega a rolha cuidadosamente ao cliente, e só então serve o primeiro gole. Para muitos, esse momento pode parecer uma formalidade elegante — ou até um mistério. Afinal, o que se espera que você faça com a rolha?

A prática de apresentar a rolha tem mais significado do que parece e carrega consigo uma tradição que mistura respeito ao vinho, confiança e, claro, uma pitada de charme.

Oferecer a rolha ao cliente é, antes de tudo, um gesto de confiança. É a forma que o restaurante tem de mostrar que o vinho servido é, de fato, aquele que foi pedido — especialmente em rótulos mais caros ou exclusivos. A rolha costuma trazer o nome da vinícola e o ano da safra, permitindo uma rápida conferência visual.

Muita gente pega a rolha e leva ao nariz. Embora esse gesto seja comum, ele não é obrigatório — e tampouco tão eficiente assim. A rolha pode sim emitir sinais de que algo está errado, principalmente se tiver um odor de mofo, papelão molhado ou porão fechado. Isso pode indicar a presença do temido "TCA", um composto químico que causa o chamado "gosto de rolha". Mas vale lembrar: nem sempre é fácil detectar o problema só pelo cheiro da rolha. O mais confiável ainda é provar o vinho.

Após apresentar a rolha, o garçom serve uma pequena quantidade para quem pediu o vinho. Esse gole não é para avaliar se você gostou ou não do sabor — e sim para identificar se o vinho está em boas condições. Caso esteja "cansado", oxidado, com sabor avinagrado ou com defeito de rolha, é o momento de sinalizar. Se tudo estiver certo, a taça será completada e as demais pessoas à mesa serão servidas.

Esse ritual, muitas vezes visto como formalidade, é uma forma de respeito à bebida, ao consumidor e à história que cada garrafa carrega. É também uma oportunidade de viver um momento especial — porque, convenhamos, abrir uma garrafa de vinho não é apenas abrir uma bebida, é abrir uma experiência.

Então, na próxima vez que o garçom lhe entregar a rolha, não se sinta pressionado a cheirá-la ou examiná-la como um expert. Pegue, observe, e aproveite o gesto como parte da cerimônia que torna o vinho tão encantador.

Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!
 

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