O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, anunciou nesta quarta-feira (15) que a estatal negocia um empréstimo de cerca de R$ 20 bilhões com bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Nacional, para equilibrar as contas em 2025 e 2026. Segundo ele, os termos ainda estão em fase de negociação.
Rondon afirmou que o crédito deverá ser garantido pela União e faz parte de um plano mais amplo de reestruturação financeira da empresa. O programa prevê corte de despesas, diversificação de receitas e recuperação do caixa, incluindo um novo programa de demissão voluntária e a revisão de contratos com fornecedores.
O anúncio ocorre após a divulgação de um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, mais que o triplo das perdas registradas no mesmo período de 2024. A estatal sofre com a queda de receitas e o aumento de despesas, cenário agravado pela demora em ajustes estruturais.
Entre as medidas recentes, os Correios lançaram um marketplace com a Infracommerce e colocaram imóveis à venda, incluindo um prédio em Salvador avaliado em até R$ 145 milhões. Também foi divulgado um plano de economia de R$ 1,5 bilhão a partir de 2025.
Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva substituiu o então presidente Fabiano Silva, do grupo Prerrogativas, por Rondon, economista e servidor de carreira do Banco do Brasil. A mudança marca uma tentativa de recuperar a confiança e a sustentabilidade da estatal.