A pandemia de covid-19 continua a afetar a educação brasileira, com os níveis de aprendizagem ainda não tendo retornado aos patamares de 2019. Além disso, as desigualdades educacionais existentes foram acentuadas. É o que mostra o estudo "Aprendizagem na Educação Básica: Situação Brasileira no Pós-Pandemia", divulgado pelo Todos Pela Educação.
O estudo foi baseado nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e revelou que, em 2023, os resultados ainda não alcançaram os níveis de 2019 em todas as etapas de ensino. No 5º ano do ensino fundamental, 55,1% dos estudantes tinham aprendizagem adequada em língua portuguesa e 43,5% em matemática, abaixo dos 56,5% e 46,7% registrados em 2019.
As desigualdades educacionais entre grupos raciais e socioeconômicos persistiram ou se aprofundaram. A diferença no percentual de estudantes com aprendizagem adequada entre brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas aumentou em 2023 em comparação com 2013. No ensino médio, as desigualdades também persistem, com diferenças significativas entre brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas em língua portuguesa e matemática.
O estudo destaca a necessidade de fortalecer políticas públicas para recompor as aprendizagens e reduzir as desigualdades, garantindo o direito à educação de qualidade para todos. A divulgação do estudo coincide com o Dia Mundial da Educação, comemorado em 28 de abril.
Os dados também mostram que as desigualdades estão evidentes em matemática, com apenas 16% dos estudantes do 9º ano atingindo o aprendizado considerado adequado em 2023. Além disso, as desigualdades raciais e socioeconômicas são significativas, com 8% dos estudantes brancos tendo aprendizado adequado em matemática, contra 3% dos estudantes pretos.