O preço do ovo atingiu um recorde histórico no Brasil, com uma alta de mais de 40% nos supermercados em algumas regiões do país. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, as cotações dos ovos alcançaram o maior patamar diário da série histórica na última quarta-feira (12/2).
A combinação de uma baixa oferta de ovos no mercado interno e um aumento da demanda é o principal responsável pela alta significativa no preço das proteínas. Segundo a pesquisadora do Cepea, Cláudia Scarpelin, o ano de 2024 teve uma alta na produção de ovos de 10,5% entre janeiro e setembro, o que levou a uma queda prolongada dos preços. No entanto, com o retorno do calendário escolar, há um pico de demanda, o que provocou uma alta dos preços.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou que, desde a segunda quinzena de janeiro, a combinação de alta demanda e oferta restrita tem levado a reajustes que chegam a 40% em diversas regiões do país. Além disso, o consumidor também tem recorrido mais aos ovos de galinha devido à alta dos preços das demais proteínas.
Outros fatores, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a doença de Newcastle, também contribuíram para a alta dos preços. Além disso, o calor que atingiu o Estado nas últimas semanas afetou a produção de ovos.
As exportações de ovos brasileiros também têm sido um fator importante, com um aumento de 22,1% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, a exportação ainda representa uma parcela muito pequena da produção brasileira, inferior a 1%.
Os presidentes das associações de avicultura e proteína animal são enfáticos em afirmar que não vai faltar ovo para o consumidor brasileiro. No entanto, a alta dos preços pode continuar até o período de Quaresma, quando tradicionalmente há uma demanda elevada.
