Ao menos três propostas que tramitam no Senado Federal visam reduzir a jornada salarial para quatro dias de trabalho e três de folga sem a perda salarial ou para incentivar as empresas a adotarem a medida. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado em abril deste ano com a colaboração do gabinete da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) a diminuição na carga horário pode aumentar a produtividade.
O estudo aponta que 85% dos trabalhadores brasileiros acreditam que teriam mais qualidade de vida se tivessem um dia a mais livre na semana, sem que houvesse um corte no salário. Outros 78% apontam que conseguiriram ter a mesma qualidade de trabalho, mesmo com a diminuição da carga.
Uma das propostas que tramitam na casa visa incluir na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a possibilidade de redução das horas trabalhadas diárias ou semanais, através de acordo ou convenção coletiva, sem perda na remuneração. A proposta é de autoria do senador Weverton (PDT-MA).
Mais de 20 empresas brasileiras que participaram de um experimento que dá aos trabalhadores o direito de atuarem com a carga horária reduzida, mas ganhando o mesmo salário. O projeto piloto foi desenvolvido pela "4 Day Week Brazil", em parceria no Brasil da "4 Day Week Global", uma organização sem fins lucrativos que faz pesquisas sobre trabalho ao redor do mundo.
No Brasil, 22 empresas e cerca de 280 colaboradores iniciaram o piloto. No entanto, uma das organizações acabou desistindo após um mês do piloto.
O balanço parcial constatou que 61,5% das companhias notaram avanço na execução de projetos. E em 58,5%, se obteve mais criatividade na realização das atividades.
As melhorias também foram sentidas fora do ambiente de trabalho. Cerca de 58% dos funcionários beneficiados afirmam que passaram a conciliar melhor a vida pessoal e a profissional após o projeto.
A pesquisa revelou ainda um aumento de 78% na disposição para momentos de lazer e redução. Além disso, 50% reduziram os sintomas de insônia; 62,7%, o estresse no trabalho, enquanto 64,9% não se sentem desgastados no final do dia. Outros 56,5% não estão frustrados como antigamente.
