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Eures Ribeiro realiza ato de valorização das religiões de matrizes africanas

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Da redação

O evento que teve como tema “O Yawô de hoje será o babalorixá do futuro”, foi proposto pelo deputado Eures Ribeiro e contou com a presença de mais de 300 participantes que lotaram o auditório

Eures Ribeiro realiza ato de valorização das religiões de matrizes africanas
Divulgação

Na tarde desta quarta-feira (4), foi realizado, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), um ato em defesa da valorização das religiões de matrizes africanas. O evento que teve como tema “O Yawô de hoje será o babalorixá do futuro”, foi proposto pelo deputado Eures Ribeiro e contou com a presença de mais de 300 participantes que lotaram o auditório.

Durante o evento, o deputado Eures Ribeiro (PSD) e o Pai William de Oxalá do terreiro Ilê Asé Ôpô Babá Obatalademy, coordenador do programa A Voz do Candomblé,  foram homenageados com uma placa de moção de aplausos entregue por representantes da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab) pelo relevante apoio à religião.

Em sua fala, Eures Ribeiro destacou a importância de o Legislativo baiano receber o evento que prega a valorização e o respeito às religiões de matrizes africanas e declarou apoio incondicional do seu mandato à luta do povo de santo. “Essa religiosidade do povo da Bahia, trazida pelos negros africanos, tem que ser respeitada. Essa resistência tem que continuar, pois temos que lutar contra a discriminação e a intolerância religiosa. Quero dizer aqui que o meu mandato é do candomblé da Bahia, do povo de santo”, enfatizou.

O coordenador executivo de Políticas para Povos de Terreiro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Tiago Henrique, representou a secretária estadual Ângela Guimarães. Ele parabenizou o deputado pela iniciativa e destacou a contribuição histórica do povo africano na construção do Brasil. Ele também enalteceu a importância dos iaôs no cotidiano do Candomblé e classificou-os como “templos vivos dos orixás”. Outro ponto destacado pelo gestor foi o papel dos terreiros nos contextos social, político e cultural nos locais em que estão inseridos. “São o socorro imediato nos locais periféricos onde o braço público não chega”, relacionou.

Ao longo da tarde, o ato foi marcado por pedidos de respeito ao Candomblé e de união entre os praticantes das religiões de matriz africana. Em sua intervenção no púlpito do auditório, Pai William de Oxalá, responsável pelo programa A Voz do Candomblé, externou as preocupações advindas da luta contra a intolerância religiosa. Ele relatou o caso da morte iaô Willian Ribeiro da Silva, 22 anos, no município de Ilhéus, em julho deste ano, quando saía de um terreiro vestido com roupas do candomblé. “Estive na cidade para saber informações de como andavam as investigações, mas não se sabe se foi um crime fruto do ódio religioso, da intolerância”, disse.

A egbomi Nice, do terreiro da Casa Branca, também membro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, frisou a importância do evento para o Candomblé na Bahia e falou da importância da figura do iaô. “Todos nós já vivemos esse momento de iaô. É o princípio de tudo. Iaô é renascimento, é você partindo para uma nova era. Tem que valorizar o iaô”, pediu a egbomi Nice, que também cobrou união e respeito para os cultos de matriz africana.

Ao fim do encontro, houve a entrega de certificados pela participação e a concessão de honrarias a várias lideranças religiosas presentes ao ato. Esta foi a quarta edição do evento promovido pelo projeto A Voz do Candomblé.

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