A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (4/7), a segunda fase da Operação "Venire", que apura a existência de associação criminosa responsável por crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 que teria beneficiado o então presidente Jair Bolsonaro (PL).
A falsa comunicação teria sido realizada no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações e da Rede Nacional de Dados em Saúde, do Ministério da Saúde.
Na atual fase foram cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, contra o secretário de Transportes do Rio de Janeiro e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis; e a secretária de Saúde do município, Célia Serrano.
À Globo News, Reis negou que tenha envolvimento no caso. “Vacinamos todo mundo. Não guardamos vacina, nunca faltou vacina, isso nunca é dito. Agora a gente está sendo vítima, não vou dizer de covardia porque eu não sou frouxo. Eu vou trabalhar”.
A PF apura se ambos foram responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos dois sistemas. A ação visa, ainda, buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento.
Na primeira fase da operação, em março, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, foi preso. Em depoimento, afirmou que a falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro e da filha dele, Laura, foi realizada a mando do próprio Jair.
O inquérito que deflagrou a primeira fase da “Venira” indicia Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas. Nessa segunda fase, a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo que a Polícia Federal se aprofunde sobre a responsabilidade de Bolsonaro nos crimes.