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Exclusivo: PMs que discutiram com Olívia Santana no dia da eleição vão responder a processo disciplinar

Data:
Jean Mendes

Olívia chegou a definir a ação dos PMs como "truculenta".

Exclusivo: PMs que discutiram com Olívia Santana no dia da eleição vão responder a processo disciplinar
Divulgação/PCdoB

Um sargento e um soldado da Polícia Militar vão responder a um Processo Disciplinar por uma confusão envolvendo a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e apoiadores do então candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT) durante o segundo turno das eleições estaduais e federais de 2022.

A decisão foi publicada em boletim da corporação, assinada pelo comandante-geral, coronel Paulo Coutinho, no dia 12 de setembro. Os nomes dos agentes envolvidos não foram revelados. 

A discussão aconteceu no dia 30 de outubro, na frente do Colégio Henriqueta Martins, no bairro da Federação, em Salvador. Parte dela foi registrada em vídeos. Testemunhas disseram, na época, que a briga começou após três policiais afirmarem que o grupo estaria fazendo "boca de urna", o que é proibido pela legislação. 

Olívia chegou a definir a ação dos PMs como "truculenta". Um dos vídeos mostra a deputada estadual já discutindo com dois dos três PMs. "Se fizer, eu vou dar voz de prisão", contesta um dos servidores públicos, seguido por Olívia: "Você respeite a lei". No decorrer do processo, comandado pela Corregedoria-Geral da PM, todas as testemunhas foram ouvidas, assim como os policiais envolvidos e uma representante da parlamentar.

A reportagem do Portal do Casé obteve acesso, com exclusividade, a partes de alguns desses depoimentos. Uma das testemunhas afirmou que recebeu a deputada com festa e bandeiras, mas estas teriam sido retiradas de suas mãos por dois dos três policiais que faziam a segurança na região. No meio da briga, a deputada chegou a passar mal.

Uma das testemunhas ainda negou que estivesse fazendo “boca de urna”, e que a confusão poderia ter cunho político. De acordo com uma delas, o sargento teria afirmado que era "bolsonarista" e proferiu xingamentos contra o grupo socialista. O policial retrucou, contando que agiu de forma imparcial, e que não viu necessidade de pedir reforços.

Já o outro PM que também vai responder ao processo disciplinar assegurou que não apreendeu "santinhos" ou qualquer outro material que pudesse indicar "boca de urna". Ele também negou que tenha agredido qualquer pessoa, incluindo a deputada. O soldado ainda acusou Olívia Santana de insuflar a população presente contra a guarnição.

A Corregedoria da PM não entendeu que o terceiro policial, um aluno a soldado, precisasse responder a qualquer tipo de processo. Agora, os dois terão os prazos para se defenderem perante a própria corporação.

DESABAFO

Depois da situação, a Olívia Santana - que foi reeleita - resolveu se pronunciar nas redes sociais. Na oportunidade, disse que "estava bem" e deu sua versão sobre o ocorrido".

"Gente eu já estou bem. Eles não vão estragar o nosso dia. Eu fui votar com a minha família, no Colégio Henriqueta Martins Catarino. A militância me recebeu com festa, em frente à escola. Dois policiais, truculentos, partiram pra cima da gente, do nada. Um deles disse que nos daria voz de prisão por estar fazendo boca de urna. Eu disse que aquilo era um absurdo, que eu conhecia a lei é que eles não poderiam usar suas fardas e suas armas para violar os nossos direitos", escreveu.

VEJA, NA ÍNTEGRA, A VERSÃO DA SOCIALISTA

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