A proposta de lideranças do centrão de turbinar o Ministério do Esporte, agora comandado por André Fufuca (PP-MA), com a Secretaria Nacional de Apostas, atualmente na pasta da Fazenda, gerou temor em alas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a abordagem cautelosa que tem sido dada ao tema perca espaço para um "libera geral", conforme noticiou a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
A secretaria, que está sendo criada para gerir os recursos das apostas esportivas no Brasil (também chamadas de "bets"), tem previsão de 65 cargos, com agentes da Polícia Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para monitorar o sistema contra fraudes, manipulações e lavagem de dinheiro e especialistas na área da saúde para discutir mecanismo de prevenção à ludopatia (vício em jogos), por exemplo.
No Ministério do Esporte existem 121 cargos, estrutura avaliada como insuficiente, mesmo com a incorporação da secretaria, para tratar de assunto considerado complexo, delicado, cercado por lobbies e que, segundo cálculos do governo federal, deve gerar, de saída, arrecadação anual de aproximadamente R$ 2 bilhões. Há uma avaliação no mercado de que o potencial de receitas pode ficar entre R$ 6 bilhões e R$ 12 bilhões.