Alvo de críticas pela falta de representatividade nos cargos de governo desde que assumiu a presidência da República pela terceira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em uma entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (26), que gostaria de incluir mais mulheres e negros, mas que “é difícil encontrar” e “a oferta é menor”.
Segundo o presidente, a dificuldade existe por esses grupos não terem o que classificou como "participação histórica política contundente".
"Esse é um problema crônico, que eu discuto todo dia com a [a primeira-dama] Janja. Como a mulher não teve uma participação ativa durante muito tempo, fica mais difícil você encontrar mulher para determinados cargos, e também fica mais difícil você encontrar negros para determinados cargos", afirmou.
“É que a oferta é menor na medida em que, embora sejam a maioria da população, [mulheres e negros] não tiveram uma participação política histórica mais contundente. Eu quero mais mulheres no governo. Eu preciso de mais negros no governo. Eu preciso que o governo tenha a cara do Brasil”.
Atualmente, apenas nove mulheres comandam ministério: Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Margareth Menezes (Cultura), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Anielle Franco (Igualdade Racial), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças Climáticas), Cida Gonçalves (Mulheres), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Nísia Trindade (Saúde).
Já as pastas, secretarias e órgãos com status de Ministério chefiados por homens chegam a 30.
No quesito racial, dez ministros se declararam pretos ou pardos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral): Margareth, Anielle, Marina, Luciana, Silvio Almeida (Direitos Humanos), Rui Costa (Casa Civil), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Carlos Lupi (Previdência Social), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Juscelino Filho (Comunicações). Há apenas uma ministra indígena (Sônia Guajajara).