O deputado federal André Janones (Avante) se manifestou nesta terça-feira (28) sobre um áudio vazado, que teria sido gravado na própria Câmara dos Deputados, onde ele cobra parte do salário dos assessores para pagar despesas pessoais. A prática é popularmente conhecida como "rachadinha". Janones foi eleito por Minas Gerais e é da base do presidente Lula (PT). O parlamentar classificou o arquivo, divulgado pelo Portal Metrópoles, como “áudio criminoso”.
"Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito. Porque eu perdi R$ 675 mil na campanha [...]", afirmou, sem saber que estava sendo gravado.
Em outro momento, o parlamentar pede, sem medo, que não teria justiça com os servidores recebendo os vencimentos na íntegra. "Por exemplo, o Mário vai ganhar R$ 10 mil [por mês]. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido. E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou [sic] de 2016. Não é justo, entendeu?", relatou.
ESCUTE
De acordo com o Metrópoles, o áudio foi gravado em 2019, no primeiro mandato do deputado federal. O assessor que tem o arquivo prometeu levar à Polícia Federal.
POSICIONAMENTO
Janones se posicionou no Twitter. “Hoje o Metropoles divulgou mais um áudio criminosamente gravado, da mesma reunião que eles divulgaram ontem. Apesar da manchete e do texto tendencioso pra levarem as pessoas a pensarem uma coisa que não é, esse áudio corrobora a minha história e prova que NUNCA existiu esquema de rachadinha. Era uma conversa com amigos (meu grupo político) e eu sugiro inclusive uma vaquinha/caixinha para bancar A CAMPANHA DELES”.
Veja o tweet
"Mais áudios sendo divulgados e com eles, a história real vindo a tona. A história: eu (quando ainda não era deputado), disse pra algumas pessoas (que ainda não eram meus assessores) que eles ganhariam um salário maior do que os outros, para que tivessem condições de arcar com dívidas assumidas por eles durante a eleição de 2016. Ao final, a minha sugestão foi vetada pela minha advogada e, por isso, não foi colocada em prática. Fim da história", escreveu
"E mais uma vez, uma parte do nosso campo quase cometeu o mesmo erro de quando acusaram o presidente Lula no caso do triplex, já que tinham imagens dele visitando o apartamento. Prova 'inconteste', segundo alguns", continuou Janones. "Quando vamos aprender a não julgar e condenar antes do contraditório e a ampla defesa ? Pensei que a Lava-Jato tinha deixado lições", questionou Janones.
