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Senado se prepara para rejeitar PEC da Blindagem após reação negativa do povo nas ruas

Data:
Driele Veiga

A PEC prevê que prisões em flagrante de crimes inafiançáveis sejam submetidas ao plenário em até 24 horas, em votação secreta.

Senado se prepara para rejeitar PEC da Blindagem após reação negativa do povo nas ruas
Saulo Cruz/Agência Senado

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados na última terça-feira, enfrenta forte resistência no Senado e deve ser rejeitada já na próxima quarta-feira (24), quando será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relator da matéria, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), adiantou que recomendará a rejeição integral do texto, classificado por ele como “um tapa na cara da sociedade”.

Segundo Vieira, a proposta cria obstáculos ao processamento criminal de parlamentares e, na prática, garante privilégios incompatíveis com a transparência exigida pela população. A PEC estabelece que deputados e senadores só possam ser processados com autorização das respectivas Casas Legislativas e prevê que prisões em flagrante de crimes inafiançáveis sejam submetidas ao plenário em até 24 horas, em votação secreta.

O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), confirmou que o relatório será o primeiro item da pauta e disse ter recebido apelos de dezenas de senadores para “enterrar” a proposta. “Desde o início eu disse que essa PEC precisa ser sepultada no Senado. Ela está fora de sintonia com o povo brasileiro”, afirmou.

A repercussão negativa também se refletiu na Câmara. Deputados que votaram a favor da medida divulgaram vídeos de retratação. Silvye Alves (União Brasil-GO) anunciou a saída do partido e alegou ter sofrido ameaças de pessoas influentes. Já Merlong Solano (PT-PI) justificou seu voto afirmando que buscava viabilizar outras pautas de interesse social, como a isenção do Imposto de Renda e a taxação de super-ricos.

Enquanto isso, movimentos populares organizaram protestos em várias capitais do país — entre elas Brasília, São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro — pedindo a rejeição da PEC.

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