A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL). Detido desde 14 de dezembro, ele é investigado por suposta participação na tentativa de golpe de Estado.
O julgamento, iniciado na semana passada no plenário virtual, terminou nesta sexta-feira (14) com placar de 5 a 0 a favor da manutenção da prisão. A 1ª Turma do STF é composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.
Dinheiro em sacola de vinho
Braga Netto foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em novembro ao lado de Bolsonaro e outros ex-integrantes do governo sob acusação de envolvimento na tentativa de golpe. Segundo as investigações, o general tinha conhecimento das ações ilícitas e participou do financiamento do movimento golpista.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, afirmou em delação premiada que recebeu de Braga Netto uma sacola de vinho recheada de dinheiro no Palácio da Alvorada. O montante teria sido destinado às tentativas de subverter o resultado das eleições de 2022.
As declarações de Cid foram homologadas pelo ministro Alexandre de Moraes no STF e integram o material probatório que sustenta as denúncias contra os investigados.
O STF também definiu datas para analisar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, Braga Netto e outros seis acusados de tentativa de golpe de Estado. O julgamento está marcado para os dias 25 e 26 de março, com três sessões previstas: uma extraordinária às 9h30 e uma ordinária às 14h no dia 25, e outra extraordinária às 9h30 do dia seguinte.
Caso a denúncia seja aceita, os investigados passarão da condição de indiciados para réus no Supremo Tribunal Federal, respondendo formalmente pelas acusações.