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Suspeitos de participação em tentativa de golpe, militares ganharam honrarias na Bahia

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Da redação

Militares receberam principais honrarias na Câmara de Salvador e na Assembleia Legislativa da Bahia

Suspeitos de participação em tentativa de golpe, militares ganharam honrarias na Bahia
Valdemiro Lopes/CMS

Dois militares proeminentes sob investigações sobre possíveis envolvimentos em atos golpistas e planos de golpes de Estado foram condecorados com as principais honrarias da Bahia, de acordo com apuração feita pelo portal Metro1.

O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, ex-chefe do Estado-Maior da 6ª Região Militar, que compreende os estados da Bahia e Sergipe, foi sujeito a um mandado de busca e apreensão no contexto da Operação Lesa Pátria nesta sexta-feira (29). Ridauto tem passagem pela bahia na Bahia, tendo recebido homenagens na Câmara de Salvador. 

Ele foi agraciado com a Medalha Thomé de Souza em 2017, uma honraria conferida pelo vereador licenciado Henrique Carballal (PDT). Após seu tempo na 6ª Região Militar, Ridauto assumiu o papel de encarregado das Operações de Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana de Natal e em Mossoró. Sua trajetória incluiu ainda o cargo de diretor de logística do Ministério da Saúde em 2021, no governo Bolsonaro, antes de sua saída em 31 de dezembro do mesmo ano. Ele foi identificado por meio de publicações em redes sociais durante os ataques golpistas na Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. Ele é apontado como um dos idealizadores desses atos.

Outro militar sob investigação é o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. Ele foi citado na delação premiada de do ex-ajudando de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, à Polícia Federal, como garantidor a Bolsonaro de que a corporação ofereceria prontidão de suas tropas para qualquer convocação para golpe militar. 

Garnier comandou o 2º Distrito Naval, sediado em Salvador, de 2017 a 2018, período durante o qual recebeu a Medalha Thomé de Souza e a Comenda 2 de Julho da Assembleia Legislativa da Bahia, bem como os títulos de cidadão soteropolitano e cidadão baiano. 

Antes de sua nomeação como comandante da Marinha em 2021, uma decisão precedida pela demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, Garnier ocupou o cargo de assessor especial militar do ministro da Defesa. As investigações sobre seu possível envolvimento em atividades golpistas estão em andamento, parte de um cenário mais amplo de escrutínio das Forças Armadas no Brasil.

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