O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para a próxima terça-feira (30) uma audiência de acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. A medida faz parte de um inquérito que apura fraudes financeiras envolvendo as duas instituições, e que tramita em sigilo no STF.
Além de Vorcaro e Costa, Toffoli também convocou para a audiência o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. A intenção do ministro é esclarecer contradições nos depoimentos prestados até agora e aprofundar a apuração sobre as operações financeiras investigadas.
A informação foi confirmada nesta quarta-feira (24) pela defesa de Paulo Henrique Costa, afastado da presidência do BRB em novembro, após o escândalo vir a público. O Supremo Tribunal Federal também confirmou oficialmente a marcação da audiência.
Segundo apuração da Polícia Federal, o Banco Master teria emitido Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com promessa de rendimentos de até 40% acima da taxa básica do mercado, patamar considerado irreal por especialistas. O esquema pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões.
As investigações apontam ainda indícios de participação de dirigentes do BRB nas operações. Em março, o banco público chegou a anunciar um acordo para comprar o Banco Master, mas a transação foi barrada pelo Banco Central após questionamentos de órgãos de controle.
Daniel Vorcaro chegou a ser preso em novembro, mas foi solto dias depois por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Já Paulo Henrique Costa foi afastado do comando do BRB no dia 18 do mesmo mês.
Fundado em 1974, o Banco Master passou por diversas reorganizações até ser assumido por Vorcaro, em 2019, quando adotou uma estratégia de crescimento acelerado. A partir de 2022, no entanto, o modelo passou a levantar dúvidas no mercado, especialmente pela captação de recursos a custos elevados e pelo direcionamento a investimentos de alto risco.
Diante das suspeitas, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master em novembro, interrompendo as atividades da instituição, afastando a diretoria e acionando o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para indenizar investidores, dentro do limite legal. As investigações seguem em andamento nas esferas criminal e civil.