Vidigal Galvão Cafezeiro Neto, Carlos André de Brito Coelho, Lucas Moreira Martins Dias e Rogério Magno Almeida Medeiros. Esses são os quatro presos na nova fase da "Operação Overclean", deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal nesta segunda-feira (23) para desarticular organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
A PF aponta que a organização, liderada pelos irmãos Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, é descrita como "uma estrutura complexa, bem definida e hierarquicamente organizada, onde cada membro desempenha funções específicas para o funcionamento do esquema".
Investigações da PF e MPF, levadas ao juiz federal Fábio Moreira Ramiro, detalharam as funções do quarteto. De acordo com as apurações, Cafezeiro, vice-prefeito de Lauro de Freitas e responsável pelo Fundo Municipal de Saúde, recebia pagamentos mensais da organização dos irmãos. Em seis meses, ele teria obtido R$ 140 mil. Quem também recebeu valores, sustenta a PF, foi Lucas Martins, secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista.
Carlos André de Brito Coelho é ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória, investigado por ser operador político do esquema. Ele teria recebido dinheiro de empresas fantasmas criadas pelos irmãos Parente. Os repasses passam de R$ 1,7 milhão. Por fim, o policial federal Rogério Magno Almeida Medeiros estaria recebendo propina mensal para vazar informações confidenciais da Polícia Federal para a quadrilha.
Rogério Magno era homem de confiança do ex-secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa. Ele já foi superintendente de Inteligência da pasta, que foi comandada pelo delegado da Polícia Federal entre 2011 e 2020. Barbosa foi exonerado do cargo após ser alvo da "Operação Faroeste", que investigou grande esquema de venda de sentenças, envolvendo também magistrados, no Oeste da Bahia.
Na primeira fase da “Overclean”, 17 pessoas foram presas. Todas já estão respondendo ao processo em liberdade.