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Zelensky e Trump devem se reunir neste domingo para discutir guerra na Ucrânia

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Da redação

Kremlin ainda não reagiu oficialmente às novas propostas

Zelensky e Trump devem se reunir neste domingo para discutir guerra na Ucrânia
Reprodução/Kevin Lamar/Reuters

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (26), que terá um novo encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para domingo (28), segundo informou o site americano Axios.

“Concordamos com uma reunião do mais alto nível com o presidente Trump em um futuro próximo. Muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo”, escreveu Zelensky nas redes sociais. Segundo ele, a Ucrânia “não vai desperdiçar nenhum dia” nas negociações.

O anúncio ocorre após uma nova rodada de conversas entre Washington e Kiev, que resultou em um plano atualizado de 20 pontos para encerrar a guerra iniciada em fevereiro de 2022 e que completará quatro anos em 2026. Zelensky afirmou que pediu um novo encontro entre líderes para discutir a questão territorial, ainda sem solução.

As declarações foram feitas depois de uma conversa, na quinta-feira, com Steve Witkoff, enviado especial do governo Trump, e com Jared Kushner, genro do presidente americano.

Na quarta-feira, 24, Zelensky revelou detalhes da nova versão do plano negociado há semanas entre os dois países. Diferentemente do rascunho original elaborado por Washington, o texto atualizado retira duas exigências centrais da Rússia.

A proposta prevê o congelamento da linha de frente, mas não resolve a possibilidade de concessão de territórios à Rússia. Também deixa de exigir que a Ucrânia abandone formalmente o objetivo de ingressar na OTAN, uma das principais demandas do Kremlin.

Até agora, o governo russo não respondeu oficialmente ao plano. Ainda assim, analistas consideram improvável que Moscou abra mão de suas reivindicações, especialmente sobre o Donbass, no leste ucraniano. Outro ponto sensível segue sendo a intenção de Kiev de integrar a Aliança Atlântica.

Questionado sobre o tema, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que Moscou ainda está “formulando sua posição”. Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que os avanços são “lentos, mas constantes”.

Segundo o jornal russo Kommersant, o presidente Vladimir Putin teria admitido, em conversas com empresários, a possibilidade de trocas territoriais limitadas. No entanto, deixou claro que o Donbass não está em negociação.

De acordo com a publicação, Putin reiterou disposição para concessões semelhantes às discutidas em agosto, durante encontro com Trump em Anchorage, no Alasca. “O Donbass é nosso”, teria afirmado o presidente russo.

Guerra segue ativa

Apesar das negociações, os combates continuam. Na manhã desta sexta-feira, drones russos atingiram três navios nas regiões de Odessa e Mykolaiv, no sul da Ucrânia, informou o vice-primeiro-ministro Oleksiy Kuleba. As embarcações navegavam sob bandeiras da Eslováquia, de Palau e da Libéria.

Não houve vítimas, mas os ataques provocaram cortes de energia e danos a armazéns civis em Odessa. Kuleba também relatou um ataque à estação ferroviária de Kovel, no noroeste do país, que danificou uma locomotiva e um vagão de carga.

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