Noventa ampolas de etanol farmacêutico enviadas pelo Ministério da Saúde, na tarde do último sábado (4), já estão com a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab). O produto é utilizado como antídoto em casos de intoxicação por metanol, substância empregada ilegalmente na adulteração de bebidas alcoólicas. Além do etanol farmacêutico, o Brasil comprou outro medicamento para tratar o problema, o fomepizol.
De acordo com a Sesab, o tratamento completo de um único paciente requer, em média, o uso de 30 ampolas de etanol farmacêutico. O Ministério da Saúde orientou que os profissionais não esperem confirmação do caso em laboratório para usar o antídoto. Mas é importante esclarecer que a medicação só será fornecida após prescrição médica. Na prática, o etanol farmacêutico só poderá ser usado em unidades de saúde.
Ainda no sábado (4), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a compra adicional de 12 mil unidades de etanol farmacêutico, além de 2,5 mil unidades de fomepizol. “O Ministério da Saúde atua em tempo real junto às secretarias estaduais e municipais, garantindo o envio dos antídotos e o suporte técnico necessário ao atendimento dos pacientes”, reforçou o ministro.
A secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, afirmou que o envio das 90 ampolas de etanol farmacêutico para o estado tem caráter preventivo diante do cenário nacional de alerta e prepara a rede para atender possíveis casos com maior segurança. “Trata-se de uma medida de precaução e organização que garante ao Estado condições imediatas de resposta em situações de risco”, destacou.
CASOS
De acordo com o último boletim, o país confirma 195 notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólicas. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Piauí notificaram os primeiros casos em investigação, no sábado.
Em todo o país, são 14 casos confirmados e 181 em investigação. Do total de registros, 162 são em São Paulo (14 confirmados e 148 em investigação). Dessas notificações, 13 são de óbitos. Um óbito confirmado no estado de São Paulo e 12 estão sendo investigados (7 em SP, 3 em PE, 1 na BA e 1 no MS).
Para reforçar a capacidade de diagnóstico, a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária (RNLVISA) mobilizou três unidades com estrutura para análises imediatas: o Lacen-DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).