Nesta segunda-feira (6), o meio-campista do Bahia, Everton Ribeiro, se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Isso porque ele tornou público que passou por uma cirurgia após o diagnóstico de câncer na tireoide, aos 36 anos. Segundo especialistas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 750 milhões de pessoas sofrem de problemas com a glândula, o que inclui condições como hipotireoidismo, hipertireoidismo, tireoidite de Hashimoto, nódulos, cistos e câncer.
No caso específico do câncer da tireoide, os dados também são preocupantes. A doença ocorre com uma frequência três vezes maior em mulheres do que em homens, normalmente na faixa etária entre 20 e 65 anos, sendo o quinto tipo mais comum neste grupo. A estimativa de novos casos por ano envolve 13.780 pacientes, sendo que, desse montante, 11.950 serão diagnosticados em mulheres, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
“Diversos fatores podem ocasionar essas disfunções, de ordem genética, deficiências nutricionais, excesso de iodo no corpo, estresse crônico, distúrbios autoimunes, uso de alguns medicamentos, alterações hormonais, além de hábitos irregulares e estilo de vida inadequado, como privação do sono, sedentarismo, alimentação desbalanceada e o tabagismo”, explica Maria Amélia Montenegro, médica endocrinologista da clínica Atma Soma.
Everton Ribeiro disse que soube do diagnóstico há aproximadamente um mês. "Hoje fiz a cirurgia e tudo correu bem, graças a Deus. Sigo em recuperação, com fé e com o apoio da minha família e de vocês. Obrigado por cada oração e carinho. Ter vocês ao meu lado faz toda a diferença".
Muitas vezes, os principais sinais de disfunção na glândula acabam sendo confundidos com outras doenças, segundo Maria Montenegro. Alterações de peso, fadiga, enfraquecimento de cabelos e unhas, variações de humor e mudanças no ciclo menstrual são indicativos de que algo não vai bem com a tireoide. Já sintomas como a presença de nódulos, rouquidão persistente, dificuldade para engolir, aumento de volume no pescoço, fadiga excessiva ou mudanças bruscas de peso exigem atenção redobrada.
Vale destacar que, quando diagnosticado de forma precoce, o índice de cura é bastante elevado. “O tratamento do câncer varia de acordo com o tipo de tumor e fase da doença. Em alguns casos, uma intervenção cirúrgica é necessária, com a retirada do órgão e depois a realização de iodoterapia. Em outros, é possível fazer uma ablação por radiofrequência, um método que preserva a função hormonal da glândula, não deixa cicatrizes e evita uma cirurgia mais complexa”, finaliza.