Os registros de coqueluche em crianças menores de 5 anos aumentaram mais de 1.200% no Brasil em 2024, segundo o Observatório de Saúde na Infância. Foram 2.152 casos confirmados até agora, superando o total dos últimos cinco anos somados. Desse número, 665 crianças precisaram ser internadas e 14 morreram — mais do que todos os óbitos registrados entre 2019 e 2023.
A maioria das infecções ocorreu em bebês com menos de 1 ano, grupo considerado o mais vulnerável.
A doença, causada pela bactéria Bordetella pertussis, pode ser prevenida com a vacina pentavalente, aplicada em três doses nos primeiros meses de vida, e com a imunização de gestantes pela DTPa.
Apesar de o país ter alcançado, em 2023, cobertura vacinal superior a 90% para bebês e 86% para gestantes, a coordenadora do Observatório, Patrícia Boccolini, alerta que há grandes desigualdades entre municípios, o que mascara áreas com baixa proteção.
O número atual de casos se aproxima do pico registrado em 2015. O cenário é preocupante também fora do Brasil: em 2025, nove países das Américas já notificaram mais de 18 mil casos e 128 mortes por coqueluche em diferentes faixas etárias, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).