O Ministério da Saúde confirmou, em nota técnica divulgada na última sexta-feira (19), o registro do primeiro caso local de cólera depois de 18 anos sem diagnósticos no Brasil. O caso, tratado pela pasta como "isolado" foi identificado em Salvador.
Segundo o ministério, o paciente, um homem de 60 anos, contraiu a doença localmente (ou de forma autóctone), sem ter contato com outras pessoas diagnosticadas e sem ter se deslocado para países com casos confirmados.
De acordo com a nota, o homem apresentou desconforto abdominal e diarreia aquosa no mês passado. Duas semanas antes, ele tinha usado antibiótico para tratar outra doença. Ele foi atendido em um hospital privado de Salvador.
Segundo o ministério, trata-se de um caso isolado, uma vez que não foram identificados outros registros após investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde de Salvador com as pessoas que tiveram contato com o paciente.
O período de transmissibilidade da doença é de 1 a 10 dias após a infecção. Mas, para as investigações epidemiológicas, no Brasil está padronizado o período de até 20 dias por uma margem de segurança.
Dessa forma, segundo o ministério, o paciente não transmite mais o agente etiológico desde o dia 10 de abril.
No Brasil, os últimos casos autóctones ocorreram em Pernambuco entre os anos de 2004 e 2005, com 21 e cinco casos confirmados, respectivamente. A partir de 2006, não houve casos de cólera autóctones, apenas importados: um de Angola, notificado no Distrito Federal (2006); um proveniente da República Dominicana, em São Paulo (2011); um de Moçambique, no Rio Grande do Sul (2016); e um da Índia, no Rio Grande do Norte (2018).