O Sistema Único de Saúde (SUS) inicia, a partir deste ano, a substituição do teste citopatológico, conhecido como papanicolau, pelo exame molecular de DNA-HPV para detectar o papilomavírus humano (HPV). Essa mudança visa melhorar a detecção e prevenção do câncer do colo do útero.
O intervalo entre as coletas será de cinco anos, para os casos em que não houver diagnóstico do vírus. A faixa etária para o rastreamento, sem sintomas ou suspeita, segue entre 25 e 49 anos. Essas novas regras integram as diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A escolha do exame molecular de DNA-HPV se deve à sua maior sensibilidade e capacidade de identificar subtipos do vírus. De acordo com o pesquisador do Inca, Itamar Bento, a confiabilidade do exame é "muito forte", permitindo um intervalo maior entre coletas.
O SUS passará a buscar ativamente o público-alvo, invertendo a lógica atual. Além disso, as diretrizes incluem a autocoleta para populações de difícil acesso ou resistentes ao exame tradicional, além de orientações para pessoas transgênero, não binárias e intersexuais.
No entanto, ainda existem desafios na cobertura e agilidade do SUS. Dados do Sistema de Informação do Câncer mostram que, entre 2021 e 2023, só três estados alcançaram cobertura de papanicolau perto de 50%. O rastreamento organizado busca agilizar o atendimento, definindo fluxos claros para o diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero.